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Ação

3 anos do rompimento da barragem: representantes dos atingidos vão a Londres

Representantes dos atingidos da região de Mariana e da bacia do Rio Doce vão a Londres, cidade sede da BHP Biliton, apresentar carta de reivindicações.

Publicado em 05/11/2018 às 08:08

(Foto: Vagner Ramos)

Representantes dos atingidos pela Barragem de Fundão vão a Londres hoje, 5 de novembro, data em que se completa 3 anos do desastre, apresentar carta reivindicações em encontros com acionistas da BHP Biliton, parlamentares britânicos, ONGs e veículos de imprensa. A ação está sendo apoiada pelo Centro de Informação sobre Empresas e Direitos Humanos, Cáritas Brasileira e Fundação Ford.

O objetivo é tratar diretamente com as pessoas que tomam as decisões, visto que sentem atraso no cumprimento de seus direitos, uma vez que até hoje todas as medidas tomadas foram apenas emergenciais e sentem falta de participação popular na tomada de decisões. O desejo dos atingidos é que os poderes públicos garantam solução efetiva dos donos, cobrando das empresas um processo de reparação que contemple todos os passos previstos pela Organização das Nações Unidas e pelo Sistema Interamericano de Direitos.

Mais de 1,2 milhões de pessoas foram atingidas, em diferentes níveis, pela lama de rejeito que sobreveio naquele dia 5, todavia, segundo o Jornal O Globo, apenas uma das 67 multas aplicadas pelos órgãos reguladores começou a ser paga, o que corresponde a menos de 5% dos R$535,9 milhões devidos pela Samarco.

Além de multas de reparo dos mais diversos danos causados, as empresas respondem judicialmente ao crime de homicídio com dolo eventual, em que se sabe do risco de matar, além dos crimes ambientais, de lesão corporal, desabamento, inundação, além de apresentação de laudo ambiental falso por parte de uma terceirizada.

Na região de Mariana, os atingidos reclamam que nem todas as ações são realizadas com sua participação e nem todas as famílias atingidas estão recebendo os auxílios emergenciais, precisando recorrer judicialmente em favor do recebimento. Alegam que é preciso que sejam integrantes de todo o processo de decisão e desenvolvimento dos mecanismos de reparação e não apenas meras destinatárias.

Com a viagem a Londres, a espera é que seus anseios passem a ser ouvidos e a situação caminhe em direção à solução. Segundo o G1, a Fundação Renova se manifestou afirmando que as queixas levantadas já vem sendo tratadas com comprometimento.

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