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ATINGIDOS

30% da população atingida sofre de depressão, diz estudo

Após pesquisa realizada no fim do ano passado, quadro significativo de depressão é apresentado pela UFMG

Publicado em 16/04/2018 às 08:35
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Casa totalmente destruída pela força da lama. (Foto: VH Gonzaga)

Próximos a um dos aniversários mais traumáticos da história, a população que sofreu diretamente as consequências dos impactos ambientais ocorridos em novembro de 2015, ainda sentem os efeitos do caso. A depressão, agora, é outra barreira que os moradores dos distritos prejudicados pelo rompimento da Barragem de Fundão têm de enfrentar.

Segundo um estudo realizado pelo projeto Prisma (Práticas Interdisciplinares em Saúde Mental na Academia), vinculado à Universidade Federal de Minas Gerais (Ufmg), junto ao Cáritas (entidade que atua junto à população em busca da representação dos Direitos Humanos), 30% da população atingida pelo desastre apresenta quadro de depressão. Para chegar neste resultado, um questionário foi aplicado para 271 pessoas, sendo 225 adultos, e 46 jovens ou adolescentes. No total, 479 pessoas foram solicitadas realizar as respostas, porém, muitas se recusaram, alegando medo ou outro motivo.

Diversos fatores contribuem para esta nova condição da população. A perda de seu local de identidade e a falta convivência com as pessoas que faziam parte de seu cotidiano são fatores de extrema importância e que devem ser levadas em consideração. Cada detalhe merece ser lembrado. Há pessoas que perderam, além de casas, áreas de plantações, empregos, comércios, animais de estimação. Tudo isso atua de modo a potencializar um possível diagnóstico de depressão por parte dos atingidos.

Além das questões afetivas e pessoais, a saúde da população que sofreu com o acontecimento, também, é colocada em pauta. Diversos veículos de comunicação realizaram reportagens alertando sobre o alto risco de contaminação da população, em função da grande quantidade de rejeitos maléficos à saúde que foram liberados junto à lama, no momento do rompimento da barragem.

Uma das grandes reclamações, por meio dos atingidos, é a questão da adaptação à cidade de Mariana, haja vista que, ao perderem suas propriedades em seus distritos, muitas famílias foram realocadas para a cidade mineira. Parte das pessoas realocadas denuncia o preconceito da população marianense para com eles. Existe, ainda, a dificuldade de se encontrar empregos nas áreas em que atuavam em um momento anterior a 2015.

As dificuldades estão, de fato, nos mínimos detalhes, e, assim, deve-se dar atenção a cada minúcia, pois, apenas quem viveu aquele momento na pele, de fato, sabe, de fato, qual é a sensação. 

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