A Praça Gomes Freire em Mariana está passando por um processo de revitalização que, antes mesmo de ter sido iniciado, foi criticado e questionado pelos moradores da cidade.
As dúvidas e desconfortos gerados pela reforma na população são diversas, envolvendo desde a historicidade e as características do “Jardim” até a sua finalidade propriamente dita.
Agora, as polêmicas e críticas cresceram e alcançaram os órgãos oficiais responsáveis pela aprovação e fiscalização do processo, o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
Os moradores, restauradores, artistas plásticos e membros da comunidade estão se manifestando fortemente contra as adaptações promovidas, mas uma em especial vem causando forte comoção.
Está inserida no projeto uma plataforma elevada que teria como objetivo principal promover acessibilidade, contudo os populares questionam a clara descaracterização e prejuízos ao calçamento de seixo rolado - que data do séc. XVIII - conhecido como “pé de moleque”. Parte do calçamento foi substituída pela passarela, que é de quartzito polido e, por este motivo, não conversa visualmente com o calçamento histórico.
A insatisfação coletiva não é um segredo, a associação dos moradores do bairro e a própria população estiveram em contato com os órgãos da prefeitura, participaram das audiências públicas e das consultas populares mas, segundo uma fonte da própria associação (não identificada para a sua segurança) algumas das propostas do projeto não seriam consideradas aceitáveis:
“(...) o IPHAN indicou coisas que a gente aceitava no projeto, eram coisas que a associação queria, mas tem muitas coisas que a gente não está concordando, por exemplo, eu acho que o Jardim vai ficar moderno e nós vamos perder a sua característica histórica (...)”
“(...) muitas coisas que estão sendo feitas, que estão acontecendo ali, não estão tendo fiscalização, ninguém está fazendo nada! Os moradores estão ficando deprimidos, eu acho que o que vai acabar acontecendo é os moradores irem para a rua e cercarem o Jardim, parece ser o único jeito… a gente não quer que moderniza, eles tem que estar bem cientes! A gente não sabe como vai ficar, porque têm coisas que estão embutidas ali no projeto e a gente não vê… e aí? Nós vamos ter que engolir o resultado final?”
Os moradores questionam a justificativa para a aprovação do projeto da revitalização, que inclui tantas mudanças e que, na verdade, não conta com o reconhecimento popular para sua execução.
O Portal da Cidade vem acompanhando a situação e tenta estabelecer comunicação com o IPHAN desde 10 de agosto, contudo o Instituto não respondeu às solicitações de esclarecimento por e-mail e nós não conseguimos contato por telefone.
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[A imagem da reforma da Praça Gomes Freire presente nesta matéria foi extraída das redes sociais]
