Os marianenses vem passando por um momento difícil ao testemunhar um assustador crescimento dos casos de coronavírus no município. Muitas dúvidas e incertezas contornam este cenário… de onde vêm tantas contaminações? Quais locais são o foco? Abrir ou não abrir o comércio? As empresas têm, de fato, relação direta com essa situação? As perguntas são diversas, mas a resposta real é um tanto quanto difícil de se conseguir.
E mesmo que soubéssemos a resposta para tais indagações, será que faria uma diferença positiva? Porque neste momento em que vivemos, raiva e ressentimento contra “fulano” ou “ciclano” não nos são sentimentos e pensamentos benéficos. O que de fato precisamos é união, respeito, fraternidade, perdão, acolhimento.
Agora, com índices tão altos de contaminação no município, os números nos boletins informativos ganham nome e endereço. Algumas pessoas têm visto já há algum tempo, porém muitas não viam as vítimas como pessoas que são amadas, têm filhos e família, pessoas que são importantes para alguém.
Muitos de nós só vimos “números em um flyer” por certo tempo, agora já não mais. O que isso significa? O que fazer? Significa que precisamos nos humanizar mais, nos amar mais, acolher as dores e preocupações de nossos semelhantes.
Precisamos perdoar os governantes da cidade por possíveis erros ou desacertos cometidos, afinal nunca houve uma crise como esta e é difícil saber o que fazer. Precisamos perdoar todos aqueles que pediram a vida normal de volta e resistiram a manter as orientações dos órgãos da saúde, porque é muito difícil viver esta nova realidade.
Precisamos ajudar aqueles que passam necessidades, se pudermos. Precisamos acolher nossos conhecidos que estão doentes, ofertar amor e acolhimento a eles ao invés de rejeitá-los.
O mais importante neste momento é entender que absolutamente ninguém agiu em prol do mal em nossa cidade, ninguém jamais desejou o que está acontecendo aqui. Seja o governo, sejam as empresas, sejam os moradores, os comerciantes... o que todos esperaram, sem exceção, é que nós pudéssemos passar por esta crise com o mínimo de prejuízo possível.
Todos agiram pensando em fazer, sim, o melhor - tanto individual quanto coletivamente - e não merecem, ou merecemos, ser julgados.
Que possamos nos perdoar e esquecer possíveis diferenças em prol do bem. Que possamos entender o que está acontecendo no município e lutar juntos, apesar dos pesares.
Que possamos sim nos acolher e perdoar, porque isso tudo vai passar, e quando acontecer nós vamos perceber que vivemos tempos difíceis mas não perdemos nossa melhor qualidade: a capacidade de amar.
[Este texto foi produzido pela jornalista Júlia Souza, não sendo de redação do Portal da Cidade e, deste modo, pode não representar as opiniões da empresa.]
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