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Editorial

Semana marcada pelo fechamento do comércio e passeata

Após 4 meses ainda são muitas as dúvidas sobre o enfrentamento do COVID-19

Publicado em 25/07/2020 às 23:31
Atualizado em

Passeata pelas ruas (Foto: Jonatha Chaves)

Nosso editorial dessa semana não poderia ser diferente. Não poderíamos deixar de abordar o tema que movimentou a cidade durante essa semana. Foram duas passeatas, reuniões e dezenas de manifestações nas redes sociais.  

A discussão entorno da reabertura do comércio não essencial da cidade ganhou força com a decisão da Justiça, obrigando o município a alinhar suas ações com as medidas do Governo Estadual no controle da Pandemia do COVID-19.

Na nossa pesquisa, realizadas on-line, 68% dos entrevistados votou favorável à reabertura do Comércio NÃO essencial na cidade.

Tantas Dúvidas

No processo de acompanhar as divergentes decisões somo obrigados a dar razão ao cidadão que em meio a tanto desencontro de informação, sente se impedido de tomar conta da sua própria vida, impotente diante da sua incapacidade de escolha.

Então, resumindo (se é que isso é possível) temos:

Decisão da Justiça para que o Município de Mariana aderisse ao programa do governo do estado de minas, programa “Minas Consciente”, e seguisse suas diretrizes no combate ao COVID-19;

O programa municipal foi desconsiderado e descontinuado, uma vez que o município já estava em uma fase diferente do plano estadual, a sensação foi de retrocesso. Os comerciantes que já se preparavam para uma reabertura gradual... voltaram para o fechamento total das atividades não essenciais.

Enquanto em Mariana a prefeitura acatava a decisão da Justiça e mandava tudo fechar. Para nosso estranhamento na Capital a Justiça decidia favorável ao comércio, possibilitando que os comerciantes, inclusive de bares e restaurantes, retomassem suas atividades.

Voltando para Mariana, quando finalmente, após a passeata da sexta-feira (24) e depois de muito reclamar, o comércio encerrou suas atividades o governo de minas anunciou a revisão do plano "Minas Consciente", ou seja, pode mudar tudo de novo!

Essa nova versão do plano deve ser anunciada no próximo dia 29 de julho. 


Conclusão

Dito pelo não dito, o certo é que essa pandemia demonstra que o nosso Brasil, nossas cidades e estados, não têm a capacidade organizacional necessária para adotar medidas que, uma vez impostas ou admitidas, sejam aplicadas de forma integral e igualitária.

A Pandemia tem se mostrado ainda um instrumento capaz de revelar a nossa verdadeira face. Impossível não fazer referência às máscaras que estamos sendo obrigados a usar.

A sensação é que a máscara na verdade expôs o que há de pior em nós.

Enquanto criticam as decisões tomadas, combinamos o churrasco do final de semana. Enquanto outros brigam pelo fechamento do comércio, o “encontrinho” já está preparado pra acontecer.

Certo mesmo é que lá se vão 4 meses de muita confusão, desinformação, aulas suspensas, comércio quebrando, aumento do desemprego, aumento da violência doméstica, abandono social, fraude nos programas de assistência e mortes... muitas mortes.

Se a condução desse processo não mudar, não sairemos dessa situação tão cedo.

E quando sairmos, como será que estaremos? Quem vai sobrar?


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