Portal da Cidade Mariana

Polêmica

Secretário desabafa sobre a Fundação Renova

Juliano Barbosa fez duras críticas sobre a atuação da Renova em Mariana

Publicado em 11/03/2020 às 03:43
Atualizado em

Juliano Barbosa (Foto: Reprodução/Câmara)

Secretário de Desenvolvimento Social e Cidadania Juliano Barbosa pediu mais responsabilidade na atuação da Renova em Mariana.

Em reunião da Comissão Permanente de Viação, Obras Públicas, Agricultura, Industria, Comércio e Meio Ambiente ocorrida na Câmara de Mariana, na última segunda-feira (09/03) cuja pauta tratava das reivindicações do Grupo Mulheres Unidas, no que diz respeito às oportunidades de trabalho que lhes estão sendo negadas devido ao gênero, um momento chamou a atenção de todos.

A reunião transmitida ao vivo pela internet e disponível no canal do youtube da Câmara de Mariana contava com a presença de representantes do executivo e do legislativo municipal, além da presença das representantes do Grupo Mulheres Unidas e de técnicos que representavam a Fundação Renova.

Em meio a discussões acaloradas sobre a falta de oportunidade de trabalho para mulheres nas empresas contratadas e prestadoras de serviço da Fundação, a fala do Secretário Municipal de Desenvolvimento Social e Cidadania, o Sr. Juliano Barbosa, chamou a atenção de todos, especialmente pela franqueza com que se referia aos problemas promovidos pela Fundação e por proferir duras críticas à postura com que a ela vem tratando os assuntos relacionados à cidade de Mariana.

Ao se referir à Renova usou termos como oportunismo e irresponsabilidade.

Em seu pronunciamento o Secretário afirmou que a Fundação sempre priorizou a contratação de pessoas de fora da cidade, que os cargos ocupados por pessoas de Mariana normalmente são os empregos de menor salário e chamou a atenção para a morosidade intencional dos processos da entidade. Afirma ainda ter certeza de que para os funcionários da Renova quanto mais lento o processo mais tempo de contrato eles terão. Por isso não fazem questão de resolver nada.

O Secretário em tom de desabafo pediu: “tem que ser um pouco mais transparente, ser mais honesta com a população, com esta casa que representa o povo (Câmara de Vereadores) e com o Poder Executivo com um trabalho incansável que a gente tem feito, e vocês não são honestos, vocês não são transparentes, vocês faltam com a verdade (...)”(SIC). Disse se referindo aos funcionários da Renova.

Seguiu questionando o critério usado para a definição dos atingidos. Para ele todos devemos ser considerados atingidos, cada um em seu nível, mas todos foram atingidos, os 62 mil habitantes.

Segundo ele “a fundação que ser o poder público, ela quer fazer e acontecer, só que ela não é!” (SIC)

O debate que já se estendia por várias horas ainda perdurou por mais algum tempo. A reunião acabou servindo para que vários dos presentes se manifestassem e demonstrassem o descontentamento com as atitudes da Fundação Renova. Em determinado momento novamente o Secretário Juliano Barbosa afirmou que somente quando as demandas são levadas para o Ministério Público é que as coisa começam a resolver.

Em nota a Fundação Renova respondeu:

A Fundação é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, constituída com o exclusivo propósito de gerir e executar, com autonomia técnica, administrativa e financeira, os programas e ações de reparação e compensação socioeconômica e socioambiental para recuperar, remediar e reparar os impactos gerados a partir do rompimento da barragem de Fundão, com transparência, legitimidade e senso de urgência.

A Fundação foi estabelecida por meio de um Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC), assinado entre Samarco, suas acionistas Vale e BHP, os governos federal e dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, além de uma série de autarquias, fundações e institutos (como Ibama, Instituto Chico Mendes, Agência Nacional de Águas, Instituto Estadual de Florestas, Funai, Secretarias de Meio Ambiente, dentre outros), em março de 2016. As regras que regem a Fundação, incluindo seu modelo de governança, estão descritos no TTAC, homologado na 12ª Vara Federal de Minas Gerais.

Devido à complexidade do cenário de reparação, optou-se pela constituição de um modelo de governança coletivo, participativo e transparente, formado por dezenas de entidades de atuação socioambiental e de conhecimento científico do Brasil e do mundo. A opção pelo modelo que envolve multistakeholders, embora exija mais tempo para articulação e estruturação, traz consigo resultados mais efetivos, legítimos e sustentáveis. Na prática, o modelo tem provado ser eficiente e os programas têm avançado em todas as suas frentes, frutos de esforços contínuos e determinados. É a melhor solução que combina a celeridade na reparação, a garantia do cumprimento dos programas e a participação social.

A Renova reúne técnicos e especialistas de diversas áreas de conhecimento, dezenas de entidades de atuação socioambiental e de conhecimento científico do Brasil e do mundo e soma hoje cerca de 7 mil pessoas (entre colaboradores próprios e parceiros) trabalhando no processo de reparação, de Mariana à foz do rio Doce. Também estão envolvidas mais de 25 universidades e 40 ONGs e instituições parceiras.

O trabalho da Fundação Renova é baseado na transparência e no diálogo com a sociedade. Os processos da instituição são acompanhados e fiscalizados, permanentemente, por auditorias externas independentes e pelo Ministério Público. Além disso, os documentos relacionados à atuação da Fundação Renova e a prestação de contas de suas atividades são publicados em seu site.

Assessoria de Comunicação
31 3289.9707 / 98451.6085
imprensa@fundacaorenova.org
www.fundacaorenova.org

A integra da reunião pode ser assistida clicando aqui

Fonte:

Deixe seu comentário