As adversidades exigem readaptação no modo de enfrentar a vida. Quando se é mulher, precisa-se lidar com o machismo e com o preconceito para passar por essas situações. Incentivar as mulheres a enfrentar o inesperado e a ocuparem posições de liderança foram o objetivo do VII Encontro Mulheres Por Minas, realizado na sexta-feira (11), no Cine Teatro. “Líderes na Adversidade” foi o tema que pautou todas as mesas de discussão da primeira edição do evento realizada em Mariana.
O estresse gerado pelas adversidades foi o tema da fala da representante dos atingidos pelo rompimento da barragem de Bento Rodrigues e Paracatu, Luzia Queiroz. "Não foi nossa escolha, foi por necessidade. Nos desempenharam muitas funções. Nos consideremos empreendedoras da terra, porque era o que sabíamos fazer, plantar”, destacou Luzia que foi obrigada a se reinventar como mulher e profissional após o rompimento.
A secretária de Educação do município, Aline de Oliveira, também falou sobre o lidar com o inesperado e o não reconhecimento dos esforços que as mulheres precisam realizar por acumularem atividades domésticas, profissionais e pessoais. “Estamos aqui para mostrar que conseguimos ir muito longe. Somos forte, inteligentes e determinadas. Lidamos com tudo da melhor forma possível e isso é louvável. Precisamos nos celebrar e nos parabenizar sempre”, destacou Aline enquanto era aplaudida.
A sororidade feminina também foi pauta do VII Encontro. A representante da Fundação Renova, Renata Carvalho, ressaltou a importância de mulheres apoiarem umas as outras com o objetivo de enfrentar o machismo e o preconceito sofrem em posição de liderança. “A mulher tem o direito de exercer todos os papéis, inclusive o de profissional de liderança. Somos poderosas! Nós precisamos fazer com que todas acessem e desenvolve esse poder”, pontuou Renata.
Também participaram do evento: a procuradora geral do município, Inêz Gomes, a professora do curso de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Mariah Brochado, a juíza da Comarca de Mariana, Marcela Moura, o vice-prefeito, Newton Godoy, e o reitor do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (Icsa) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), José Benedito Donadon Leal.
MULHERES POR MINAS GERAIS - Foi desenvolvida em 2015 pela Doutora em Filosofia do Direito pela UFMG, Mariah Brochado, enquanto esteve à frente da Casa Civil do Governo do Estado de Minas Gerais. O objetivo da ação é discutir e dar destaque às mulheres mineiras que exercem atividades nas esferas públicas ou privadas de relevância na sociedade.