Portal da Cidade Mariana

Comemoração

"Mais bela que outrora eu irei ressurgir"

Júlia Carvalho - Jornalista e Gestora de Conteúdo do Portal da Cidade Mariana

Publicado em 15/07/2020 às 07:30
Atualizado em

(Foto: Coleção Márcio Lima)

A cada esquina, uma história. A cada história, as memórias de um povo. Um povo que tem voz. Aproprio-me da citação que nossa colaboradora fez ontem (O hino de Mariana).

“Aos doces afagos da voz dos meus filhos, mais bela que outrora eu irei ressurgir”.

Nas maiores crises é que o povo se reergue. As crises provocam movimento e, em meio ao movimento, coisas novas surgem. O novo entra em cena e traz consigo o progresso.

Mas progredir requer luta. A luta de um povo que viveu e vive a exploração em suas entranhas. A luta de um povo que carrega a exploração em sua história e isso não é um passado distante e apenas contado através da história.

Porém, se a voz ecoar, a princesa irá ressurgir. Por seus filhos, por seu povo.

Com suas botas e bateias, os filhos de Maria Ana procuram no rio as pepitas do ouro que foi levado. Não sabem eles que a preciosidade, de fato, ficou dentro de cada um. Essa não pode ser arrancada sem expressa permissão.

Nas janelas e calçadas, o sorriso de senhoras e senhores que construíram sua vida aqui. É este o povo sofrido que com um acalentoso sorriso nos dá bom dia? É esse sim, o povo que pode ressurgir.

As novas gerações vieram. Seus sonhos voavam por outros ares que não aqui. Alguns partiram de verdade, para não mais voltar. Outros foram e voltaram, outros ficaram, outros vieram. Nas praças o aconchego de poder deixar os filhos a brincar.

Disseram-me que você se tornaria cidade fantasma, Mariana. Deixo aqui, no entanto, o registro do meu grito de esperança. A esperança em um povo que viveu 324 anos que a história pode contar. Eu vejo a sua beleza. Ao redor, suas montanhas. Trilhas e cachoeiras. Nas periferias, a resistência de quem luta. Nas ruas, seus filhos cumprimentam carinhosamente pessoas que nem mesmo sabem o nome, não conhecem, mas já viram antes, então cumprimentam.

Ah, princesa! O que te falta para se levantar? Erga-te! Que se levante um povo que acredita. Que como presente pelos seus registrados 324 anos, se levante um povo que acredita em você. Que acredita que o seu turismo pode ser abraçado, que as mineradoras são importantíssimas, elas sustentaram muitas famílias, mas que mesmo sendo uma parte relevante de nossa construção, elas não são tudo. Que acreditem no incentivo à educação, aos esportes. Que tenha saúde por dentro e por fora.

Que seus filhos voem, mas não se esqueçam de suas raízes. Que os acalentosos sorrisos abram janelas dentro da alma de cada um. Desejo a você um novo nascimento, querida Mãe de Minas.


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