“Vou te explicar o que aconteceu, esse cara da foto é o meu dublê… e entra em ação quando eu vou beber”. Se você, em algum momento da sua vida, já bebeu mais do que deveria, fez algo que depois se arrependeu e os seus amigos aproveitaram a situação para fotografar, com certeza, se identificou com os versos de “Dublê”, nova música do cantor e compositor marianense Leonardo Faria Santos.
Lançada no início deste mês, em 02 de outubro, “Dublê” é a nova aposta de sucesso de Léo Caballero, nome artístico do cantor marianense, que conta a história de um cara que saiu para se divertir com os amigos. A música está disponível em todas as plataformas digitais e ganhará o clipe em breve.
Por essa razão, o Portal da Cidade Mariana conversou com o cantor para saber mais sobre a sua trajetória na música, carreira, planos futuros e, claro, sobre “Dublê”. Apesar de cantar sertanejo e ter grande influência em sua carreira, o marianense de 28 anos iniciou a sua trajetória na música cantando rock na banda marianense Wipe. Ao todo, já são 10 anos cantando profissionalmente, mas a sua relação com a música iniciou-se ainda na infância.
Ficou curioso para saber mais? Leia a entrevista completa.
Foto: Arquivo pessoal de Léo Caballero
Portal da Cidade Mariana: O que a música representa em sua vida e o que despertou o seu interesse em cantar?
Léo Caballero: A música está em mim desde de que me entendo por gente. Minha primeira memória musical foi aos quatro anos cantando sertanejo numa roda de amigos junto ao meu pai.
PCM: Quais são as suas principais referências musicais?
LC: Desde os quatro anos de idade tive contato com o campo e com a roça, quando eu ia para fazenda do meu avô, em Camargos. Lá, na cozinha, “na beira” do fogão a lenha, escutava LPs de vários artistas sertanejos como Tião Carreiro e Pardinho, Tonico e Tinoco, Milionário e José Rico, entre outros. Hoje, me inspiro nesses artistas e também em novos como nas duplas Chitãozinho e Xororó e Fernando e Sorocaba, além de cantores estadunidenses como Alan Jackson, George Strait e Josh Turner.
PCM: O que te inspira a compor? As suas composições trazem aspectos das suas experiências pessoais?
LC: Minha inspiração na hora de compor vem de histórias de outras pessoas que escuto, fatos da vida que já passei, amores e desilusões amorosas. Gosto muito de compor letras românticas, e, principalmente, de sofrência.
PCM: Como foi a sua trajetória na música até agora?
LC: Minha história nos palcos começou em meados de 2006, quando recebi um convite para cantar em uma banda de rock. Até então curtia o estilo, mas nunca havia cantado e me apresentado. À época, uma banda de amigos acabou e queriam uma nova formação. Por sempre ser descontraído e não ter vergonha do público, para a minha surpresa, resolveram me convidar. Me apresentei em shows locais até meados de 2009, quando ingressei em uma universidade para estudar Medicina Veterinária, em Viçosa.
Assim que iniciei o curso, a música veio até mim através das rodas de amigos e calouradas, até que conheci o Luiz Henrique, grande amigo com quem formei a dupla sertaneja, Luiz Henrique e Leonardo. Apresentamos em várias casas de shows, aberturas de grandes shows, exposições e calouradas até o término da dupla, em 2015, quando me formei e fui morar no Mato Grosso a trabalho. Mesmo no Mato Grosso, a música me dava sinais para voltar [a trabalhar com] ela, pois sempre que tinha a oportunidade, cantava para os amigos e todos me apoiavam.
PCM: Como foi o processo de lançar carreira solo?
LC: Na volta para Minas Gerais decidi voltar aos palcos sozinho, como Leonardo Santos, a convite de um amigo para me apresentar na chopperia dele. Ao voltar aos palcos voltei trazendo algo diferente para Mariana, com o sertanejo raiz e, por intermédio de um amigo, realizando degustação de cachaça em meus shows, tornando-se um evento que chamei de “Boteco do Léo”.
Com o passar do tempo fui percebendo que as pessoas [me] associavam mais ao boteco do que ao meu nome, foi quando tive a ideia de adotar um sobrenome artístico. O “Caballero” veio de uma busca na internet por um sobrenome forte, bruto e que fosse algo diferente no mercado. É uma palavra de origem espanhola que significa “cavaleiro”. Desde então, é a minha marca como um sertanejo bruto, romântico e que fala a língua do povo.
PCM: O que significa ser músico em Mariana?
LC: Eu penso que ser marianense é um privilégio, pois aqui nasceu Minas Gerais, e, como um bom marianense, quero mostrar para o mundo que aqui é de fato o berço de vários tesouros.
PCM: No início deste mês, você lançou “Dublê”. Como foi o processo de composição e produção da canção e o que ela representa para você?
LC: “Dublê” foi um presente que recebi de compositores de Goiânia-GO e assim que ouvi eu sabia que seria um sucesso. Quem aí nunca teve um “Dublê” para escapar de uma furada, não é mesmo? Toda produção musical ficou com um grande nome nacional, Bruno Perdigão, que é também o produtor musical também do César Menotti e Fabiano.
Iniciamos um trabalho muito legal chamado “Projeto Conecta”, disponível em meu canal do YouTube, e logo veio "Dublê" para aquecer ainda mais nossa parceria. Mas não paramos por aqui. Ainda temos outras músicas a serem lançadas e muitos projetos já sendo executados para alcançarmos o Brasil em breve.
PCM: O setor de entretenimento, especialmente, o musical está sendo muito afetado pela pandemia da Covid-19. Como tem sido esse momento para você e a sua carreira?
LC: A pandemia nos pegou de surpresa! No momento em que mais fazíamos shows tivemos os nossos trabalhos suspensos sem previsão de retomadas. Muitos rumores nos acercam, mas, até então, estamos parados. O que fizemos foi parar toda engrenagem e planejar muito bem os nossos objetivos.
Digo que para mim a pandemia me fez repensar em muitas coisas como estar mais próximo da família, amigos e planejar e otimizar nosso trabalho. Hoje, temos grandes projetos em execução e um time que nos acompanha muito competente para quando voltarmos aos trabalhos, chegarmos com tudo no cenário nacional.
Além disso, realizamos duas lives durante a pandemia com grandes parceiros que acreditaram em nosso trabalho como a Brahma, onde fizemos parte do "Circuito Brahma", agregando mais credibilidade ao nosso projeto. Sabemos que somos capazes e com muita honestidade e profissionalismo nos consideramos prontos para cair na estrada em breve.
PCM: Em julho deste ano, você realizou uma live beneficente para ajudar a Emily, uma criança que sofre com uma doença rara. O que te motivou a ter essa iniciativa?
LC: Desde o início do projeto Caballero, minha maior bandeira é utilizar o meu dom para ajudar as pessoas. Então, tudo que fazemos é neste intuito e assim vai ser. A Emilly foi o nosso maior presente de Deus. Ele nos permitiu realizar uma live linda para uma criança que necessitava tanto de ajuda que desde quando nasceu já luta pela vida. [É] uma verdadeira guerreira! Nos inspiramos nela.
Conseguimos uma mobilização nacional, junto também dos voluntários, e através disso o Ministério Público enxergou nossas ações e custeou o medicamento mais caro do mundo, [no valor de] 2,1 milhões de dólares, cerca de R$ 12 milhões, e agora falta muito pouco para ela receber a medicação e ter uma vida digna.
Somos muito gratos a todos que nos ajudaram, especialmente, porque achávamos muito difícil de ser realizada por um artista independente. Fizemos uma promessa que se ela conseguisse a medicação, iríamos a pé de Mariana até Aparecida do Norte-SP para agradecer a Nossa Senhora de Aparecida por esse milagre e realizaríamos um show para todos os voluntários em São Paulo, junto com a Emilly e sua família, para comemorarmos esse feito. E assim faremos em breve!
PCM: Quais são os seus planos para o futuro? Tem previsão de novos lançamentos?
LC: Estamos a mil por aqui. Muitas novidades e projetos em andamento. Não dá para contar tudo se não perde a graça. Mas a certeza é de que lançaremos outras músicas em breve e quando os eventos voltarem entraremos com um show preparado com muito carinho para que possamos levar novamente a alegria aos corações das pessoas.
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