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Crônica

Cronicurtas Donadonianas

Cronicurtas trazem crônicas sintéticas, com toques poéticos e leves do cotidiano numa linguagem simbólica e deliberadamente metonímica

Publicado em 19/05/2019 às 01:32

(Foto: Google Imagens)

Cronicurta 1

gigante sol, receptivo céu cordato cenário de luz. domingos são estrelas cadentes: puf!

Cronicurta 2

o céu amanhece azul. dizem que ele é assim desde o nascimento dos tempos. Porquê ele não envelhece, e nós, sim?

Cronicurta 3

hoje não há céu à vista. a cortina não se abriu. hoje só neblina.

Cronicurta 4

hoje, lindo cenário matinal, pétalas orvalhadas, velas de nuvens brancas navegando no céu, despertar das flores, e na cumeeira pássaros cantando louvores.

Cronicurta 5

a impotência do sol, a imponência da bruma, e a manhã se pinta de cinza!

Cronicurta 6

a chuva desta manhã me acompanha na estrada. assustadoramente bela, a escuridão das nuvens, que se desaba em águas.  e o alvorecer? fica pra depois! 

Cronicurta 7

de repente: riscos de luzes pintam o horizonte fazendo alvorada. assim é o amor, luz que vem do nada... 

Cronicurta 8

de manhãzinha o sol indiscreto invadiu minha intimidade sem pestanejar. fechei as cortinas do quarto para coar sua cor avermelhada.

Cronicurta 9

não sei das razões do sol. só sei das minhas, mas nos entendemos bem por considerarmos a vida às claras.

Cronicurta 10

‘dia de luz, festa do sol’, e eu a sorrir pelo calor que virá. uma névoa baixa faz folguedo no horizonte escondendo o sol, molhando o capim e fazendo cristais nas flores. eu enxoto a névoa desse pique-esconde, e escolto a soberania do sol.

Cronicurta 11

amor de dia, não quero não! amor de noite, também não; são amores instáveis, amores de turnos, chegam e somem, são substituíveis. quero amor cem por cento, mesmo amor dia e noite, que de dia ou de noite é sempre aconchego, sem a instabilidade do tempo.

Cronicurta 12

o amor não se faz na concordância, amor diverge e discute, e une duas pessoas que continuam autônomas em suas opiniões. o inverno chegou hoje, mas essa manhã é mais quente que a de ontem – outono. o calor não se faz nas estações, mas nos corações.

Cronicurta 13

cantam os pássaros nos ares amenos dessa manhã nublada. são cantigas de louvações, de pedidos, de lamento, no show mais democrático que já vi.

Cronicurta 14

encantamento, de repente amanhece. manhã, busca do tom perfeito para pintar o dia. a manhã derivada do leste mostra estrada que me leva para Minas. sol de manhã, invenção do meu mundo. 

Cronicurta 15

fim de mês, dia de balanço até para o sol, que se recolheu nas nuvens. que amanhã possamos todos comemorar saldo positivo.

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