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HISTÓRIA

O poeta Marianense na Inconfidência Mineira

Conheça o advogado e poeta marianense Cláudio Manoel da Costa

Publicado em 21/04/2020 às 04:30
Atualizado em

(Foto: Pixabay)

Cláudio Manuel da Costa, advogado, magistrado e poeta, nasceu na localidade na fazenda da Vargem do Itacolomi, Vila do Ribeirão do Carmo, hoje Mariana, em 5 de junho de 1729, e faleceu em Ouro Preto, MG, a 4 de julho de 1789.

Era filho de João Gonçalves da Costa, lavrador e minerador, e de Teresa Ribeiro de Alvarenga. Fez os primeiros estudos em Vila Rica; passou depois ao Rio de Janeiro, onde cursou Filosofia no Colégio dos Jesuítas. Em 1749, aos vinte anos de idade, seguiu para Lisboa e daí para Coimbra, em cuja Universidade se formou em Cânones, em 1753.

Ali publicou, em opúsculos, pelo menos três poemas, Minúsculo métrico, Labirinto de amor e o Epicédio, consagrado à memória de Frei Gaspar da Encarnação. Nesses livros, a marca poética do Barroco seiscentista é evidente, nos cultismos, conceptismos e formalismos característicos daquele estilo.

De 1762 a 1765 foi secretário do Governo da Província e, de 1769 a 1773, juiz medidor de terras da Câmara de Vila Rica, que era então a capital da Província, importante setor de mineração do século XVIII e centro de intensa vida intelectual. Cláudio Manuel da Costa ali chegou a fundar uma Arcádia chamada Colônia Ultramarina, cuja instalação teria sido em 4 de setembro de 1768, com outra sessão em 5 de dezembro, na qual fez representar o drama musicado O Parnaso obsequioso.

Foi buscar nos cânones do Arcadismo vigente muitos elementos típicos, tais como o bucolismo, os pastores e as ninfas. Adotou o nome arcádico de Glauceste Satúrnio. Ainda em Portugal sentira de perto o aspecto renovador do Arcadismo, implantado com a fundação da Arcádia Lusitana, em 1756. A publicação em 1768 das Obras constitui o marco inicial do lirismo arcádico no Brasil.

Depois compôs o poema épico Vila Rica, pronto em 1773 mas publicado somente em 1839, em Ouro Preto. O respectivo “fundamento histórico” havia sido dado a lume pelo jornal O Patriota, do Rio de Janeiro, em 1813, sob o título de “Memória histórica e geográfica da descoberta das Minas”.

É a descrição da epopeia dos bandeirantes paulistas no desbravamento dos sertões e suas lutas com os emboabas, até a fundação da cidade de Vila Rica. O poema é importante porque, apesar de fiel aos cânones do Arcadismo, destaca-se pela temática brasileira.

Nas décadas de 1770 e 1780, escreveu várias poesias em que mostra preocupação com problemas políticos e sociais, publicadas na maior parte por Ramiz Galvão em 1895. A partir de 1782 ligou-se de estreita amizade com Tomás Antônio Gonzaga, e, por certo, exerceu influência literária sobre ele, ao menos como estímulo.

Nas Cartas chilenas, cuja autoria chegou a ser atribuída por alguns críticos a Cláudio Manuel da Costa, possivelmente auxiliou o amigo. A exegese magistralmente conduzida por Afonso Arinos de Melo Franco, em sua edição das Cartas chilenas (1940), apura que a Cláudio Manuel da Costa de letras Tomás Antônio Gonzaga a autoria das Cartas.

Em 1789, já aos sessenta anos, Cláudio Manuel da Costa se viu envolvido no movimento da Inconfidência Mineira, influenciados pelas idéias iluministas.

Os poetas Tomás Antônio Gonzaga, Inácio José de Alvarenga Peixoto, seus companheiros em Coimbra, Joaquim José da Silva Xavier, Joaquim Silvério dos Reis, entre outros, preparavam uma revolta para estabelecer um governo independente de Portugal.

Traídos por Joaquim Silvério dos Reis, os conspiradores foram presos. Cláudio Manuel da Costa foi levado para prisão, na casa dos Contos, em Ouro Preto, Minas Gerais.

Preso, foi interrogado uma só vez pelos juízes da Alçada, em 2 de julho de 1789. Atemorizou-se no interrogatório, comprometeu os amigos, sendo depois encontrado morto no cubículo da Casa dos Contos, onde fora encerrado, aos 60 anos de idade, em julho de 1789, oficialmente um suicídio. Era solteiro e deixou filhos naturais.

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