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Editorial

O Futuro das Empresas, dos Empregos e o "Novo Normal"

Com uma análise simplista já é possível perceber claramente algumas tendências

Publicado em 27/06/2020 às 23:22
Atualizado em

o Novo Nornal (Foto: Redes Sociais)

O isolamento social provocado pela pandemia do coronavírus gerou uma grande crise social e econômica, forçou uma mudança drástica de hábitos, mudou as relações de trabalho e principalmente rompeu com o modelo de negócios tradicionais que perdurou por milênios.

Você já deve ter ouvido falar que essa crise avançou o processo de digitalização das empresas em pelo menos 10 anos, e essa mudança não é um momentânea, ela veio para ficar. Isso trará um impacto em toda a sociedade nunca visto antes na história. 

Ainda é cedo para prever todas as consequências a longo prazo, mas já temos informações suficientes para prever o que acontecer no mercado nos próximos meses ou anos.

Logo no início da quarentena por exemplo, grande parte das notícias relatavam a dificuldade de adaptação das pessoas em trabalhar em casa. Essa semana foi divulgada uma pesquisa online feita pela empresa de recrutamento de executivos Robert Half entre os dias 4 a 21 de maio de 2020 que mostra que esse cenário começa a mudar.

Segundo uma pesquisa, 86% dos profissionais entrevistados gostariam de continuar a trabalhar remotamente com mais frequência quando as restrições de permanecer em casa forem flexibilizadas, e 91% acreditam que o Home Office deverá ser adotado a partir de agora por suas empresas.

O estudo mostra ainda muitas outras informações que podem ser relevantes para o planejamento das empresas e carreiras para os próximos meses ou anos:

- 74% dos profissionais estão preocupados com a perda de seus empregos.

- 52% acreditam que estão trabalhando mais horas em casa do que antes. 

- 49% dos profissionais de escritório que fizeram a transição para o trabalho remoto disseram ter melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal sem o deslocamento diário. 

- 64% disseram que vão repensar o “aperto de mãos” nos negócios no futuro.

- 35% estão considerando a possibilidade de mudar de carreira.

- 53% dos profissionais se preocupam em estar muito próximos dos colegas no retorno aos escritórios.

- 77% planejam agendar menos reuniões presenciais.

- 52% vão reconsiderar viajar a negócios.

- 72% acreditam que haverá menos atividades sociais e de engajamento dos funcionários, assim como menos reuniões e treinamentos presenciais.

Segundo levantamento do Sebrae, 12,3 milhões de negócios no Brasil podem ser afetados pela crise, podendo atingir mais de 21,5 milhões de empregos.

Com uma análise simplista desses dados e de outras informações que acompanho sobre o mercado, já é possível perceber claramente algumas tendências positivas e negativas para os próximos meses e até mesmo para os próximos anos:


IMPACTOS POSITIVOS:

Selecionei alguns impactos que podemos considerar como positivos que já estão acontecendo é que devem se intensificar em um futuro próximo:

- Crescimento cada vez maior do consumo através de lojas virtuais, marketplaces e aplicativos;

- Aumento da demanda por serviços de profissionais de todas as áreas ligadas ao mercado digital (Designers, Webdesigners, programadores, consultores de marketing, produtores de conteúdo, Gestores de tráfego, Gestores de mídias sociais, especialistas em eCommerce, entre outros);

- Crescimento e valorização das empresas digitais e de tecnologia;

- Aumento da demanda por cursos e treinamentos on-line, sejam de capacitação, técnicos, profissionalizantes ou até mesmo cursos superiores de graduação e pós-graduação;

- Crescimento dos mercados de logística, (transporte de cargas, entregas e armazenamento)

- Crescimento do mercado de Delivery;

- Crescimento do mercado de tecnologia;

- Crescimento do mercado de “Economia Compartilhada” (Locações, compartilhamento, comércio de produtos usados);

- Crescimento do mercado de infoprodutos (Livros digitais, cursos on-line, serviços digitais, aplicativos);

- Crescimento do mercado de afiliados (pessoas que revendem produtos físicos ou digitais em troca de comissionamento)

- O local de trabalho físico poderá até se tornar uma alternativa, e o home office deve se tornar a primeira opção.

- Crescimento do mercado de Publicidade online 


IMPACTOS NEGATIVOS:

Todo o mercado tradicional será profundamente afetado, sendo que muitas empresas não terão capacidade de resistir ou até mesmo de se adaptar a essa nova realidade, por esse motivo, reuni também o que considero os principais impactos negativos dessa mudança:

- Empresas de turismo, companhias aéreas, hotéis, bares, restaurantes e outros locais de entretenimento devem sofrer um impacto negativo considerável em seus resultados por meses, e mesmo após o termino do isolamento e solução da pandemia a mudança de hábito dos consumidores pode ainda gerar mudanças radicais nesse mercado. Devido a baixa demanda atual muitos já encerraram as atividades e dificilmente retornarão e os que resistirem terão que se adaptar. 

- Redução de vagas no varejo tradicional e por consequência em toda cadeia de serviços relacionados;

- Queda na venda de automóveis, combustível, peças e acessórios (movimento que já tem acontecido em muitos países pela mudança de cultura e comportamento da população mais jovem);

- Grande impacto no mercado imobiliário, em especial em imóveis comerciais;

- Impacto no setor de construção civil;

- Escolas e principalmente instituições de ensino superior que não estiverem adaptadas para o ensino à distância;


CONCLUSÃO 

Não sabemos ao certo se as coisas voltarão ao que eram antes, nem se voltarão e muito menos quando isso vai acontecer, mas indiferente do fim do isolamento social e de uma solução para a pandemia, as mudanças sociais, econômicas, culturais e tecnológicas já são um fato e são irreversíveis.

A partir de agora, as empresas e profissionais que tiverem mais agilidade e flexibilidade para se transformar, se digitalizar é buscar alternativas viáveis de continuar operando nessa nova realidade vão continuar crescendo e conquistando novos espaços, aqueles que insistirem em continuar fazendo o que sempre fizeram correm o risco de desaparecer do mercado.

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