Até que ponto chega seu preconceito? Essa é uma frase que todo o ser humano deveria se perguntar.
Hoje, domingo, dia 25 de março, é celebrado o Dia Internacional do Orgulho Gay. Infelizmente, com o que se vê nas ruas, não há muito o que comemorar.
Estamos
no ano de 2018. Muita coisa se desenvolveu e vem se desenvolvendo com o passar
dos anos. – Uma questão positiva, eu diria, não fosse a incapacidade do ser
humano de se auto-evoluir e se moldar em um modelo perfeito de ser vivo com
ideais igualitários e humanos.
Para escrever esta coluna, tive de me inteirar sobre a realidade pesquisando na internet sobre como anda, de fato, a atual situação do grupo LGBTQ +. Entre artigos, matérias, reportagens e publicações em redes sociais, eis algumas manchetes:
“-Assassinatos de “LGBTQ +” (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Queers) crescem 30% entre 2016 e 2017.” (O Globo); “- Brasil lidera ranking mundial de assassinatos de transexuais.” (Correio Braziliense); “-Brasil patina no combate à homofobia e vira líder em assassinatos de LGBT’s.” (Folha de São Paulo); “-A cada 25 horas, um LGBT é assassinado no Brasil” (Piauí - Folha de São Paulo).
Essas
foram apenas quatro matérias, de três, dos principais veículos de comunicação do
Brasil.
É
interessante fazer um estudo de caso – embora ele não seja correto -: vá à rua
e pergunte a algumas pessoas se elas têm preconceito contra pessoas de
orientação sexual diferente da delas. Apostaria caro ao afirmar que, a
totalidade, ou a maioria, se preferirem, dirá que não possui preconceito
algum contra outros grupos.
Claro,
apenas uma pessoa que sofre determinado preconceito pode afirmar se uma pessoa
é preconceituosa, ou não. Ninguém sem uma experiência de ação própria sentirá
na pele os casos absurdos que podemos noticiar no Brasil e no mundo.
Muito
se fala que estamos em uma geração de “frescuras”. Eu cresci em uma geração
passada. Onde havia menos regras e quase tudo se era permitido. A geração
anterior à minha, era ainda mais permitiva em questões sobre rebaixar uma dada
parcela da população por não se adequar ao padrão imposto pela sociedade.
A
geração de hoje não é uma geração fresca. A internet, apesar de muitas vezes
difamar o ódio, tem um papel muito importante no que diz respeito à capacidade
de ensinar as pessoas.
Sempre
existiram movimentos que lutam pelos direitos das minorias. Muitas vezes,
inclusive hoje, encontramos pessoas que poderiam estar lutando pelas suas
causas, pelos seus direitos e, simplesmente não o fazem por desconhecer que há
pessoas lutando por ela em algum lugar do mundo.
O
respeito caminha lado a lado com a auto-aceitação, a humildade para aprender, a
capacidade de reconhecer os erros e a relação de maturidade do indivíduo com o
próximo e, mais importante, com ele mesmo.
Criticar um movimento não faz de alguém “mais homem” ou “mais mulher”. Criticar um movimento, mostra apenas uma incapacidade de lidar com as mudanças. Te faz uma pessoa fraca.
O início do respeito pode começar das formas mais simples. É possível evitar compartilhamento de brincadeiras que discriminem qualquer tipo de preconceito. É possível corrigir os amigos quando perceber uma ação ou ideia que trate qualquer grupo de desrespeitosa.
Tudo é questão de querer. A única coisa que as pessoas querem, de direito, é respeito e igualdade. Nada além disso.
No
dia Internacional do Orgulho Gay, não os parabenizo – ou às parabenizo – pelo
dia, pois, como dito acima, não há tantos motivos para comemorar; mas,
parabenizo e admiro pela luta e força com que vocês sobrevivem a cada dia, se
fortalecendo cada vez mais, diante de uma sociedade tão egoísta e separatista.