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CRÔNICA

Dia das Crianças

Andreia Donadon Leal - Mestre em Literatura pela UFV

Publicado em 09/10/2019 às 22:02

 Dia 12 de outubro comemoram-se três eventos importantes: o Dia das Crianças, o Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira oficial do Brasil e o Descobrimento das Américas. Todas essas comemorações têm sua importância e singularidade para diversos grupos; entretanto o feriado nacional deve-se ao Dia de Nossa Senhora Aparecida.  

Há inesgotáveis homenagens à Nossa Senhora Aparecida. Meu sobrenome, por exemplo, é Aparecida. O nome de minha mãe é Aparecida. A mãe de minha mãe, não se chamava Aparecida e sim Emília, mas também era crente nos milagres da Padroeira do Brasil, e acredito fervorosamente que essa devoção tenha passado de geração a geração. Há muita fé na santa, que realizou inúmeros milagres, entre eles, a liberação do escravo Zacarias que havia fugido de uma fazenda no Paraná e foi capturado no Vale do Paraíba. Conta a lenda que Zacarias ao ser preso pediu autorização para rezar diante da imagem. Rezou com tanta fé que as correntes que prendiam seus pés e pulsos romperam-se imediatamente, libertando-o. Outra história, a que mais me encanta e fascina, é a cura da menina cega, que ao aproximar-se da Basílica, olhou em direção a Nossa Senhora e conseguiu vê-la nitidamente, mencionando a beleza da imagem para sua mãe. Foi curada pela santa.  

O Dia das Crianças é data comemorada no calendário de outubro. Pais homenageiam filhos com presentes, abraços e mimos. Ser criança é privilégio; é ter alma imaculada; é acreditar nos sonhos e, sobretudo na palavra e no exemplo dos adultos. Ser criança é passagem efêmera e sempre fica o desejo de retroceder no tempo, quando estamos na fase adulta. São lembranças nostálgicas esses momentos que não retornarão, no entanto, todos carregam dentro de si, independente da idade, doce meiguice infantil. Às vezes, ela se liberta, quando estamos com filhos, sobrinhos ou alunos, e nos tornamos crianças provisoriamente, para participar das brincadeiras, com esses seres esplêndidos, que carregam no corpo e na alma, energia inesgotável. Muitos heróis fazem parte do mundo lúdico e real das crianças: pais, personagens de desenho, de filmes; professores, tios, irmãos, avôs... Tenho boas recordações desse período: excelentes heróis de carne e osso que marcaram minha maneira de ser, pensar, agir e falar. Influenciaram-me nos primeiros passos pelas veredas da vida. Não faltou fantasia, pois cabeça de criança tem imaginação fértil. Com o passar dos anos, essa fantasia se transforma em sonhos; com trabalho e obstinação, sonhos se transformam em realidade... 

A Padroeira do Brasil continuará seus desígnios abençoando crianças, jovens, adultos e idosos. Será exemplo, na essência dos milagres e em sua benevolência infinita para com o próximo.  

Que as crianças tenham uma feliz e proveitosa fase. Aos pais, aos professores, aos tios, aos amigos e aos avôs: sejam exemplos. Bem filosofou Albert Schweitzer: “dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros – é a única”. A vida não é 'um mar de rosas' para a maioria dos pais, e nem sempre é possível fazer e dar tudo o que eles almejaram para seus filhos. A realidade é dura, e não sobra tempo suficiente para sonhar, falar de coisas mágicas e especiais para nossas crianças. Mas é possível acreditar que podemos tentar re/criar outra imagem de um mundo reconstruído de criatividade infantil, de amor, proteção, atenção e educação para construção de uma vida plena, feliz, lúdica e poética. 

 


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