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Crônica

Homenagens no ano do nonagenário da Professora Hebe Rôla

Texto por Andreia Donadon Leal, membro da Academia Marianense de Letras, Mestre em Literatura e Doutoranda em Educação

Publicado em 16/02/2021 às 03:30
Atualizado em

Professora Hebe Rôla

No dia 23 de junho de 2021, a professora Hebe Rôla completará 90 anos de vida, sendo 73 dedicados à Educação e à Cultura da Primaz de Minas. Em 1988, a cidade se esmerou na organização de eventos de grande porte, à altura de uma das figuras mais importantes do século passado e deste, para comemorar o Jubileu de Ouro da Professora Emérita da UFOP, membro (atual Presidente) ilustre da Casa de Cultura - Academia Marianense de Letras, Ciências e Artes, dentre outras academias, instituições culturais, literárias e sociais.

Para o Prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo, Hebe Rôla é: 'o nome de musa que, entre as tágides do Ribeirão do Carmo, cultiva a literatura, as artes e a história da primeira cidade das Minas Gerais. A dedicação e o zelo de Hebe Rôla para com as coisas da cultura fazem dela referência".

Segundo o jurista, Dr. José Anchieta da Silva, a professora Hebe é: "testemunho-infante da segunda guerra mundial e o que a torna uma figura que terá vivido como nós outros, a terceira guerra mundial, cujo inimigo da humanidade, único e atrevido, é o coronavírus e que há de ser brevemente vencido pela ciência e pela compreensão dos pró-homens de uma sociedade de gente-bem que não aceita colocar em confronto a ciência com a política... É, portanto, Hebe Rôla, uma das últimas guardiãs da 'última flor do Lácio", inculta e bela, na expressão feliz de Olavo Bilac, que não pode ser esquecida, nesses tempos em que se conversa com os dedos, cabisbaixo, e monossilabicamente".

É mister mencionar que Hebe Rôla, partícipe inconteste de inumeráveis atividades promovidas neste Município, não é só referência para as letras, a literatura e a cultura, mas para outras áreas e campos do saber, destacando seu trabalho ao desenvolver projetos no Hospital Monsenhor Horta, na Creche Casinha de Nazaré e no Lar Santa Maria. Poderia preencher laudas e mais laudas discursando sobre os grandes feitos da Musa de Mariana ou Dama da Educação e da Cultura. Não é nosso intento, pois Hebe dispensa apresentações e longos panegíricos. É mestra desde seus primeiros passos na Educação, mostrando, com amor à profissão que o maior legado que um professor pode deixar para a comunidade escolar é o seu saber, que se constrói diariamente, num autêntico processo entre ensinar e aprender.

Na história da mineração no Brasil, as primeiras pedras preciosas foram descobertas na Região dos Inconfidentes. O ouro simboliza riqueza, abundância e forma de sobrevivência para muitos trabalhadores. Ora, isto é notável, até os dias de hoje, em incontáveis cidades onde a maior fonte de riqueza e trabalho é a exploração do ouro e do minério. Mas, a Região dos Inconfidentes não se contentou em descobrir apenas "minas importantes" para a exploração e sustentabilidade do homem; criou também, nas Margens do Ribeirão do Carmo, riqueza intelectual, literária, cultural e humanística, nascida e criada em seu seio Materno.

Eis nossa RIQUEZA MAIS PRECIOSA, indubitavelmente, a professora Hebe Rôla, personalidade atuante e pontual na intelectualidade, na Educação e na Pesquisa sobre a Linguagem dos Sinos... O trabalho honroso e dignificante da Nonagenária Musa da Cultura e da Educação é exemplo para as gerações vindouras. Sua missão é exemplar para esta cidade, porque os bons exemplos devem ganhar espaço, notoriedade e respeito. Dar o exemplo "não é a melhor maneira de influenciar os outros - É A ÚNICA, conforme o teólogo, músico, filósofo e médico alemão, Albert Schweitzer.

Neste cenário pandêmico, de sofrimentos imensuráveis, isolamento e morte de milhões pela COVID-19, Hebe Rôla recomenda: “quem me conhece sabe que, dificilmente, fico em casa. Sou muito ativa! Nesse período, de forma consciente, estou em casa trabalhando no projeto de um novo livro para crianças". Hebe Rôla demonstra sua resiliência em atravessar esse período difícil e atípico, com atividades criativas, tecidas fio a fio, feito Penélope que ousou fiar tecido para colcha, até o retorno de Ulysses. O amado "Ulysses" da Professora Hebe Rôla, cidadã emérita e benemérita da Matriz de Minas, é metáfora de um novo tempo a se estender, entre linhas, fios e tecidos, em áureos brilhos para Mariana, nos fazeres dos seus milhares de discípulos, que bem saberão realizar os perenes ensinamentos da mestra! 


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