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Superação

Pedro: A dor não é ponto final (Parte 1)

A trajetória da vida é marcada por obstáculos que não esperamos precisar passar. Todavia, precisamos encará-los como vírgulas e não como pontos finais.

Publicado em 25/10/2018 às 21:47

(Foto: Divulgação)

Pedro era um jovem comum, que procurou o mountain bike com o objetivo de perder peso. Sempre pensando que marcar positivamente outras pessoas é mais importante do que adquirir bens para si, em várias de suas competições, doou as medalhas para meninos que gostaria de incentivar. Tudo ia bem, completara 5 anos de treino e disputas de edições dos campeonatos Intercity Mountain Bike e Iron Biker Brasil, quando descobriu uma doença que o impediu de prosseguir.

 

Pedro Rodrigues, hoje com 31 anos, tinha 15 anos quando começou a praticar mountain bike. Iniciou no esporte como uma forma de deixar o sedentarismo e perder peso. Na época tinha uma bicicleta comum e não tinha condições financeiras para comprar uma como gostaria, visto que as bikes para essa modalidade têm características específicas, sendo conhecidas como bicicletas de trilha.

Com um forte interesse também no cicloturismo, aos poucos, peça por peça, montou sua sonhada bike. Sem a ambição de subir no pódio, começou a participar de competições como uma forma de interagir com a natureza e com alguns amigos, era a forma como se divertia e se sentia completo.

Não se lembra se participou de todas, mas afirma com certeza que participou da maioria das InterCitys nos anos em que praticava. Tratava-se de uma competição entre as cidades da Região dos Inconfidentes. Em algumas disputas, Pedro chegou a largar no pelotão da ponta (pessoas que saem na frente na largada) e apesar de estar buscando o seu melhor, ainda não tinha um condicionamento como o daqueles atletas, o que fez com que terminasse sua melhor competição em 4° lugar.

Nessa trajetória, uma das competições mais desafiadoras foi a Up Hill, cujo percurso era o Pico da Cartucha, “pensei que estava subindo pro céu”, ele brinca. Considera que sua melhor experiência foi o Iron Biker, que tem dois dias de corrida, cerca de 90km em cada.

Em todo esse tempo, distribuiu várias de suas medalhas para incentivar meninos, mostrar que  podem vencer, já deu também suas próprias luvas. Em Cachoeira do Campo, na chegada de sua última Intercity, viu vários garotos vibrando, mostrando apoio e admiração e lá na linha de chegada, estava um menino cadeirante o aplaudindo. Segundo ele, o garoto tinha aparentemente 12 anos e ele deu a ele a medalha. “Um garoto novo, que poderia estar pedalando e não podia. Independente da classe social, poderia ter a bike, mas as perninhas lhe fariam falta. Recebi a medalha e passei para ele. Ele me abraçou, eu estava todo sujo e eu disse que ele é quem merecia as minhas palmas e o meu respeito porque ele sim era um guerreiro”, completa. Pouco tempo depois, veio a descoberta da doença.

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