Na última quinta-feira (7) aconteceu a audiência pública do Licenciamento Operacional Corretivo (LOC) de Germano. A assembleia aconteceu na Arena Mariana e contou com a presença de diversos setores para discutir sobre a volta das atividades da empresa, prevista para o meio do ano de 2018.
Márcio Perdigão, representante da Samarco, afirma que “o foco deste licenciamento é a regularização das estruturas existentes aqui no complexo de Germano e também em Matipó, a regularização das obras emergenciais adotadas logo após o rompimento da barragem de Fundão e também a apresentação de novas opções para o tratamento de rejeitos”.
Segundo o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), protocolado entre a Samarco e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (SEMAD), a previsão é de retomada gradual das atividades da empresa, sendo em um primeiro momento, a volta com capacidade produtiva de 26%.
Solução para Rejeitos
A solução apresentada para a disposição de rejeitos que, segundo a empresa, trará mais segurança técnica e menor impacto ambiental, é através do sistema de filtragem do rejeito arenoso e sistema de adensamento de lamas.
A filtragem permitirá que a parte arenosa, que representa 80% dos rejeitos, sejam processadas e dispostas em pilhas, após a retirada da água. A partir disso, o adensamento da lama, reduzirá a quantidade de água presente nestes materiais, o que aumentará a vida útil das áreas de disposição.
Geração de Emprego
Outra questão apresentada na audiência é com relação à quantidade de vagas que serão abertas para empregos diretos e indiretos, além da contribuição da empresa para a cidade no que se refere à economia local. Segundo a empresa, até antes do rompimento da barragem de Fundão, sua receita era de 5,8 do Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo e 1,5% do PIB de Minas Gerais.
Segundo o prefeito de Mariana, Duarte Junior, “É necessário entender que essa audiência pública tem o objetivo de Discutir a RIMA e demonstrar que a empresa possui total condição de voltar a operar em segurança que todos nós queremos. Mariana é um município que sempre foi minerador, desde o ciclo do ouro e agora no ciclo de minério de ferro, e no ano de 2015 arrecadou 310 milhões de reais, já neste ano de 2017 arrecadamos 204 milhões. A gente entende e respeita que é necessário que se haja cobrança para que a empresa volte com a responsabilidade e segurança. Mas é muito importante que as pessoas que se posicionam contrárias à volta da empresa, analisem que essa empresa gera emprego. É necessário que possamos juntos, construir uma nova realidade”.
O jornalista e coordenador do jornal A Sirene, Rafael Drummond, fez sua contribuição no detabe “não somos, como muitos dizem, contrários à mineradora. Somos sim, contrários ao retorno irresponsável da empresa. Não somos indiferentes ao cenário de crise da cidade”.
Sobre a reponsabilidade da empresa, Márcio Perdigão responde "em nenhum momento a Samarco fugiu das suas obrigações e das reparações. Nós temos uma história de 40 anos, nós não vamos rasgar essa história. Continuaremos priorizando a mão de obra local. As nossas palavras são nosso compromisso”.
Participaram da audiência também a Prefeitura Municipal de Mariana, Vereador Fernando Sampaio, presidente da Câmara Municipal de Mariana, Prefeitura Municipal de Ouro Preto, Sindiesp, Agência de Desenvolvimento Econômico e Social de Ouro Preto, Fórum Nacional da Sociedade Civil dos Comitês de Bacias Hidrográficas, Câmara Municipal de Ouro Preto, Associação de Moradores da Vila Residencial de Antônio Pereira, Associação Comercial e empresarial de Matipó, Instituto Brasileiro da Mineração (IBRAM) e Sindicato dos produtores rurais de Ouro Preto, Presidente do Sindicato de Produtores Rurais de Mariana, Maria de Fátima de Melo Gomes, diretor de Meio Ambiente do Instituto Brasileiro de Mineração, Rinaldo Mancin e presidente da Associação Comercial de Mariana (ACIAM), Geraldo Carvalho.
