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EDITORIAL

E agora, prefeito?

O futuro da cidade nas mãos do chefe do executivo

Publicado em 02/05/2020 às 22:56
Atualizado em

Prefeito do Mariana Duarte Junior (Foto: Redes Sociais)

A origem da palavra Prefeito vem do latim praefectus, "posto acima dos outros". Ao longo da história romana, o termo serviu para designar os mais variados cargos administrativos: alguns eletivos, outros nomeados pelo imperador ou pelo Senado. Havia, entre outros, o prefeito dos aquedutos, o prefeito do acampamento militar, o prefeito das festas religiosas. O mais importante era o praefectus urbi ("prefeito da cidade": i. é, de Roma), magistrado que, no reinado de Augusto, tinha a incumbência de manter a paz e a ordem na cidade, apagar incêndios. Ele supervisionava o comércio de pão e de carne, a atividade dos banqueiros, os teatros e as diversões públicas. Para exercer suas funções, dispunha inclusive de uma guarda municipal, inteiramente sob seu comando. Com a evolução das instituições republicanas, a partir do séc. XIX, o termo passou a designar, como hoje, o responsável pelo poder executivo dos municípios.

De longe, pelo histórico do Prefeito de Mariana, Duarte Junior (PPS),  podemos considerar ele ter enfrentado os maiores desafios já vivido por um chefe de executivo municipal durante o seu mandato.

Crises sem precedentes.

Talvez o ineditismo das situações e impossibilidade de criar referenciais no tempo nos impeça de medir tecnicamente o impacto dos últimos 5 anos na história de nossa cidade.

Desde sempre o Prefeito Duarte teve em suas mãos uma cidade no limite.

Assumiu a chefia do executivo após a queda de um gigante de nossa política. Com o afastamento do então Prefeito Celso Cota, o vice Duarte assume e recebe como primeiro desafio a catástrofe do desaparecimento do distrito de Bento Rodrigues, engolido pela lama contaminada da Vale.

Em um cenário que se seguiu de busca por recuperar a economia da cidade até a apresentar nosso município para o cenário nacional através de uma novela da TV Globo, foram alguns anos tentando encontrar um lugar onde a cidade pudesse retomar o seu rumo natural.

Entre erros e acertos, o Prefeito Duarte teve em suas mãos uma cidade “quebrada” financeiramente – primeiro pelo desaparecimento das mineradoras e em seguida pela destruição da economia nacional.

O cenário de crise parecia superado, e finalmente o município entraria em franco desenvolvimento, quando a Fundação Renova, Mineradoras e empresas iniciaram o processo de recuperação financeira do município – investimento de milhões de Reais.

A falta de experiência e a criação de mitos sobre a sua gestão, sobre suas verdadeiras intenções políticas (comum quando se trata da política brasileira) sempre colocaram dúvida a sua capacidade de enfrentar as crises e escolher a direção certa.

Foi assim durante todo o seu mandato, na alegria ou na tristeza, o estigma de “garoto” que o acompanha desde a eleição de 2016 – vencida por ele, diga-se de passagem, com uma votação esmagadora sobre seu adversário.

Não bastasse os dificuldades enfrentadas, agora cai no seu colo a maior crise da história do mundo, desde o nascimento da democracia.

Um mundo totalmente conectado e globalizado, viu-se repentinamente atacado por um vírus que obrigou o ser humano a rever os seus conceitos de VIDA, de SOCIEDADE e ainda impôs a todos um isolamento, a necessidade do distanciamento de qualquer contato físico.

No extremismo das situações enfrentadas desde 2015, temos um prefeito que mais uma vez é colocado à prova.

Mais uma vez se vê diante de um cenário de filme de apocalipse.

E a pergunta que surge mais uma vez, é ... e agora, Prefeito?

A cidade fechada pela pandemia do COVID-19, a incerteza sobre a retomada da economia, os atributos históricos e turísticos da cidade fechados para reforma e restauração, os comerciantes incertos sobre a reabertura do comércio, tudo isso e ainda a possibilidade de ter a eleição para o cargo de prefeito e vereadores desse ano adiada.

Certo é que apenas as próximas gerações, em um futuro não muito distante, que se poderá realizar um julgamento sobre suas ações.

Se entrará pera nossa história como um homem, como um gestor ou como um garoto que brincou de ser prefeito.


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