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Coronavírus

Comissão da UFOP aponta problemas que dificultam combate à Covid-19

A Comissão de Monitoramento Administrativo e Acadêmico da Instituição se reuniu na última terça (5)

Publicado em 10/05/2020 às 23:30
Atualizado em

(Foto: Pixabay)

Os problemas políticos que o Brasil enfrenta contribuem para piorar as consequências da pandemia gerada pelo novo coronavírus, interferindo diretamente nas ações necessárias para seu combate.

A avaliação, feita a partir da análise de conjuntura do vice-reitor, Hermínio Arias Nalini Júnior, é da Comissão de Monitoramento Administrativo e Acadêmico da Instituição, que se reuniu remotamente na terça-feira (5) e manifestou preocupação com a questão, indicando que este aspecto, em especial, tem dificultado o trabalho de planejamento de gestores envolvidos no processo.

Nesta direção, a Comissão manifestou preocupação também com o Plano Estratégico do Governo do Estado para a retomada gradual das atividades. Isso, porque, de acordo com as avaliações iniciais, cabe aos municípios tomarem suas decisões e desenharem as ações necessárias para as possíveis retomadas.


A possibilidade das subnotificações da Covid-19 no Estado e o baixo índice de exames aplicados à população foram alguns pontos que justificaram a preocupação dos membros da comissão, manifestada na fala da representante do Comitê de Combate ao Coronavírus, Carolina Ali. Segundo ela, a saúde precisa ser pensada de maneira sistêmica, portanto, não individualizada.

Para demonstrar esse desafio, ela citou como exemplo a proximidade entre Ouro Preto e Mariana, mostrando que o primeiro município não tem casos da Covid-19, enquanto o segundo já registrou um óbito e o diagnóstico para mais de 15 pessoas. Nessa direção, todos os participantes do encontro reforçaram a necessidade de uma melhor avaliação desses planos, de forma que os gestores das microrregiões envolvidas dialoguem mais entre si, como meio de evitar o crescimento da Covid-19 em suas cidades.

EDUCAÇÃO  

Conforme discutido na reunião do dia 29/04, os membros da Comissão reiteraram suas preocupações com os rumos da educação, manifestando sobre a complexidade e as dificuldade para se pensar na substituição do ensino presencial pelo remoto ou a distância. A discussão ocorrida na Associação dos Reitores (Andifes), no último dia 27/04, na ocasião, serviu como base para esta pauta.

O vice-reitor Nalini Júnior, mesmo admitindo que o momento exige muita reflexão sobre os caminhos a serem tomados, lembrou de um estudo recente realizado na Europa que aponta como excludente a educação a distância massiva, até em países com mais tradição na área. Isso, devido ao fato de que o uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) não se dá de maneira igual. 

Transportando esse quadro para a realidade brasileira, a situação pode ficar ainda mais complexa, considerando que hoje, no país, cerca de 46 milhões de pessoas não têm acesso à internet, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Tecnologia da Informação e Comunicação (Pnad Contínua TIC) 2018, divulgada em abril deste ano.

Ao fazer uma crítica direta à chamada "Educação 4.0", a diretora de Comunicação do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Marcela Nícolas, disse que, para se pensar nesta possibilidade, é preciso "melhor compreender a realidade brasileira". 

Na última reunião do grupo, chegou-se ao consenso de que os recursos digitais são importantes complementos ao processo educacional, sem, contudo, apresentarem-se como solução dos problemas que surgiram com a crise gerada pelo novo coronavírus. Como lembrou na ocasião o chefe de gabinete, Élido Bonono, o tema precisa ser "amplamente debatido no âmbito da comunidade universitária". 

DEMISSÕES  

A demissão de profissionais contratados por algumas empresas que prestam serviços no âmbito da UFOP também foi avaliada pelo grupo. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos da UFOP (Assufop), Sérgio Neves, falou sobre a necessidade de se criar mecanismos de proteção a esses trabalhadores, que ficam bastante vulneráveis em momentos de crise severa.

Uma das propostas do grupo foi de que esta discussão pudesse ser realizada pelos sindicatos, em nível nacional, no sentido de se buscar sensibilizar o Legislativo a pensar em mecanismos de proteção para essas categorias.

Do ponto de vista interno, o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento, Eleonardo Lucas Pereira, explicou que a UFOP vem fazendo todo um esforço para que isso não aconteça, rediscutindo contratos e buscando alternativas para a solução do problema. Ele lembrou que a recomposição do serviço de portaria foi um exemplo desse esforço.


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