Um investimento milionário voltado para obras que envolvem o saneamento básico será, de fato, repassado. O recurso visa investir em obras no tratamento de esgoto das 39 cidades da Bacia do Rio Doce.
O acontecimento é apenas uma das medidas compensatórias que dizem respeito às áreas prejudicadas pelo desastre ambiental ocorrido após o rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana. A base das medidas compensatórias é tentar recuperar, ao máximo, as áreas devastadas pelo desastre ocorrido em 2015.
O recurso provém dos BDMG (Bancos de Desenvolvimento de Minas Gerais) e Bandes (Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo), e o dinheiro será investido, em parte, na tentativa de revitalização do Rio Doce, que foi altamente impactado com os dejetos levados pela lama.
O comitê da Bacia Hidrográfica (CBH-Doce) afirma que 80% do esgoto doméstico, atualmente, não recebe o tratamento necessário. Os esgotos das casas, então, são lançados diretamente nos cursos da água, poluindo os rios e trazendo perigos à saúde da população. Dos 39 municípios afetados e que serão atendidos pelo investimento, 27 não possuem tratamento adequado de água e, apenas 6 tratam mais de 50% de seus efluentes*.
O valor recebido por cada município irá variar de acordo com o número de habitantes e necessidade de cada um. O pagamento será feito em parcelas e as obras serão estabelecidas através de parceria na realização dos serviços de apoio técnico, que trabalharão de forma a auxiliar no desenvolvimento das ações do programa.
Houve, também, a assinatura de um acordo com a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES-MG). O intuito do acordo é a tentativa de manter e atuar na revitalização dos locais afetados de modo que os assuntos sejam tratados e solucionados de forma que siga os padrões técnicos do saneamento básico. Os municípios serão, portanto, capacitados para receber tais recursos. Além da parceria com a ABES-MG, também foi fixada uma parceria com a Funasa (Fundação Nacional de Saúde), especialista em saneamento básico, que será responsável por apoiar os trabalhos, principalmente, nos municípios com menos de 50 mil habitantes.
*Dejetos liberados por indústrias nos processos de produção.
