Portal da Cidade Mariana

Tratamentos

Hidroxicloroquina é suspendida em testes pela OMS

A Organização bloqueou temporariamente o uso de hidroxicloroquina em ensaio clínico internacional, a decisão foi tomada com base em estudo científico

Publicado em 25/05/2020 às 06:35
Atualizado em

(Foto: Pixabay)

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom, pontuou em coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (25) que o uso da hidroxicloroquina está embargado no ensaio clínico Solidariedade (Solidarity).

A medida foi embasada em um estudo publicado no The Lancet, e vai ser analisada ao longo das próximas semanas. No presente momento, três mil e quinhentos pacientes de 17 países foram inscritos na pesquisa global da entidade.

Segundo Adhanom, o Grupo Executivo do estudo Solidariedade se reuniu no último sábado para debater o tópico. Na reunião, ficou decidido que o emprego da hidroxicloroquina será suspenso até que se consiga fazer uma "análise abrangente e avaliação crítica de todas as evidências disponíveis globalmente".

"A revisão irá considerar os dados coletados até o momento pelo estudo Solidarity e, em particular, os dados disponíveis randomizados e robustos, para avaliar adequadamente os possíveis benefícios e malefícios desse medicamento", afirmou Tedros.

Michael Ryan, diretor executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS, certificou que a suspensão não está ligada a nenhum problema com o ensaio clínico em si. “Estamos agindo com cautela”, afirmou.

Além da hidroxicloroquina, o estudo usa o remdesivir; uma combinação de dois medicamentos para o HIV, lopinavir e ritonavir; e a mesma combinação mais interferon-1A, um mensageiro do sistema imunológico que pode ajudar a paralisar vírus. Segundo a OMS, os demais três medicamentos seguirão normalmente em processo de testagem.

Os tratamentos com a medicação vêm sendo empregados no Brasil, em diversos hospitais. Além disso, estão sendo conduzidos estudos sobre o mesmo em meio nacional - um dos estudos foi, inclusive, interrompido por aparentemente ter acelerado a degradação do estado de saúde dos pacientes, o que culminou no óbito de onze dos oitenta e um pacientes que faziam parte do estudo acerca do uso da substância.

Outras pesquisas atestaram a ineficácia da medicação, em alguns casos, pacientes em uso terapêutico da substância acabaram por falecer - entre eles o deputado estadual fluminense Gil Vianna (PSL-RJ), aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e que foi tratado com cloroquina - em decorrência das complicações do coronavírus.

Em Minas Gerais a situação é divergente em relação ao cenário nacional, para o subsecretário de Vigilância em Saúde de Minas, há pouca evidência da eficácia da droga em pacientes com sintomas leves da COVID-19. Assim, o governo estadual vai estudar incrementar a possibilidade de empregar a cloroquina e hidroxicloroquina.

“Há pouca evidência sobre a eficácia da cloroquina para tratar a COVID-19. Não é nenhuma droga milagrosa e provavelmente gera muito mais efeitos colaterais para o paciente que benefícios. Há uma discussão interessante sobre o médico prescrever para o tratamento de paciente dele, mas acredito que isso já era contemplado a despeito da necessidade de um protocolo específico. Mas vamos estudar”, afirmou Dario Ramalho, subsecretário de Vigilância em Saúde de Minas.


Receba as notícias através do grupo oficial do Portal da Cidade Mariana no seu WhatsApp. Não se preocupe, somente nosso número conseguirá fazer publicações, evitando assim conteúdos impróprios e inadequados. 📲

Participe: CLIQUE AQUI 👈

Faça parte também das nossas redes sociais: Facebook e Instagram.

Fonte:

Deixe seu comentário