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CRÔNICA

Mamografia

Andreia Donadon Leal (Mestre em Literatura pela UFV)

Publicado em 03/10/2019 às 07:15

Há certas coisas que não podem ficar somente no universo das suposições. Uma dessas coisas é a mamografia, que deveria ser obrigatória e gratuita a todas as mulheres, a partir dos quarenta anos, ou mais precocemente, no caso de existência de câncer na família. A Lei 11664, de 29 de abril de 2008, garante a mamografia preventiva pelo SUS, mas nem todos os hospitais, clínicas e postos de saúde públicos têm mamógrafos e funcionários especializados para realização desse exame. Não basta a lei; é preciso que todos os recantos do país sejam equipados para atender as mulheres brasileiras. O custo do investimento em equipamentos e pessoal treinado será menor do que o de tratamento de um tipo de câncer que pode ser evitado. 

Prevenir é melhor do que remediar, e no caso de câncer ou nódulos, a descoberta deles no início, apontará caminhos e tratamentos menos severos e invasivos. Infelizmente, o câncer de mama é a quinta causa de óbitos em mulheres, segundo Instituto Nacional do Câncer.  

Mesmo com o avanço da medicina e modernização de aparelhos responsáveis em detectar doenças cancerígenas, muitas mulheres, ainda, têm medo de serem submetidas ao exame de mamografia. Parece que algumas acreditam piamente na lorota espalhada de que o exame é doloroso.  

Desejo dividir minha experiência com as mulheres que ainda não se submeteram à mamografia. O relato não é científico, pois não tenho formação específica na área; mas vale relatar sensação sentida quando minha mama foi colocada, com cuidado, no aparelho responsável em diagnosticar possíveis alterações. Foram parcos seis minutos na sala, com uma atendente eficiente, que realizou o exame com desenvoltura e destreza. 

Fui informada por algumas colegas, de que o exame doía. Preparei-me psicologicamente e fisicamente, para sentir a dor do primeiro exame de mamografia. Nada. Indolor. Adiei a mamografia por um ano, com a desculpa esfarrapada de que o exame deveria ser realizado em mulheres a partir dos cinquenta anos, e as que tivessem antecedentes na família, aos trinta e cinco de idade. Não tenho antecedentes, no entanto, foi detectado nódulo na mama esquerda. Deveria ter realizado o exame de mamografia, conforme solicitação médica, aos quarenta anos. Deveria... Aos quarenta e seis, graças aos cuidados e exames periódicos vou de bem a melhor. 

Por isso, prezadas leitoras, se o seu médico solicitar mamografia, faça logo, pois o exame é imprescindível na prevenção do câncer e detecção de alterações mínimas, como nódulos não detectáveis somente pelos toques. Prevenir é melhor do que remediar, e no caso de nódulos ou câncer de mama, quanto mais cedo a descoberta, maior a possibilidade de se ter tratamento eficiente. 


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