Já viu o palhaço? A forma como ele faz a plateia rir com seus erros? Às vezes é preciso que a gente tome um pouco disso pra si. Não de buscar uma plateia e lamentar os erros incessantemente, mas de ser mais leve consigo mesmo.
Quem nunca errou? Nessa semana, enquanto eu buscava informações para redigir uma notícia sobre o roubo de uma moto, entrei em contato com o proprietário e comecei a fazer perguntas. O homem, sem muito conhecimento a respeito de minha procedência, se mostrou receoso. Eu perguntei: “Quantos assaltantes eram?” e ele me respondeu que apenas um. Entre várias perguntas, em busca de informações que preenchessem o texto, perguntei: “Como o assaltante estava? Era de moto?” e quando ele me respondeu: “Não, ele levou minha moto”, foi que eu percebi a vergonha que tinha passado.
Ainda ontem recebi uma pauta de um cão que fora resgatado do Ribeirão do Carmo no Centro de Mariana, já com fotos e vídeos. O local era ao lado do posto de gasolina, posto Ale. Não me lembrando que era um posto desativado, fui buscar pelo telefone no Google. Fui confusa com a localização e digitei “Posto Ale colina Mariana” na busca. Apareceu o posto Shell, endereço rodovia dos inconfidentes. Não sei o que aconteceu dentro da minha mente, sei que liguei lá, percebi que liguei no errado e pedi o telefone do outro, o da Colina. Depois, revendo as fotos com a colega de trabalho, percebi que estava em todo o tempo fazendo uma procura errada e em vão.
Mas quem é que nunca errou antes? Quem nunca cometeu uma gafe? Que não disse algo inapropriado para algum momento ou que nunca falou quando deveria se calar? Mas, nossa! Não, não tem espanto. Somos todos humanos, sujeitos a errar. A diferença mora em o que fazemos com o erro. Sentamos e nos lamentamos ou nos levantamos e prosseguimos com a cabeça erguida de quem adquiriu uma nova experiência para fazer melhor?
Pode ser que estamos adoecendo porque nos levamos a sério demais. Queremos ser perfeitos, impecáveis. Quando erramos, queremos esconder dos outros e dentro de nós nos submetemos a uma intensa acusação e punição emocional. Mas sabe o palhaço? Então, lembra do palhaço e seja mais leve com você. Mais compreensivo e menos exigente.
