Na manhã de hoje (8), representantes das academias se reuniram para tentar alinhar uma ação conjunta em prol da retomada das atividades de seu ramo. A iniciativa foi tomada após o Ministério Público recomendar a suspensão imediata dos serviços presenciais.
Entenda o caso
Seguindo as recomendações da Prefeitura de Mariana, todo o comércio deveria ter se mantido fechado. Entretanto, na intenção de reabrí-lo, o comitê gestor da Secretaria de Saúde criou um plano de ação que deveria ser cumprido para que as empresas recebessem uma autorização para voltar ao funcionamento.
Todas os estabelecimentos que se cadastraram e foram dados como habilitados para o retorno poderiam reabrir, tal medida incluiu as academias. Segundo alguns proprietários, várias academias pediram pelo plano de reabertura, mas não receberam um retorno. Já outras, puderam voltar ao funcionamento com adaptações.
No início do mês de julho, porém, os alvarás foram suspensos. Procurada pela reportagem, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico manifestou que: “Sabemos que o retorno das atividades são essenciais a sobrevivência não somente das academias, mas de todos os ramos de atividade. Temos que ter um equilíbrio entre saúde pública e a retomada gradual das atividades. Nesse momento pesou mais para o lado da saúde por mantermos suspenso de funcionamento alguns setores que oferecem maior risco para propagação do covid-19. O município tem acompanhado a evolução dos casos e assim que for possível, liberará a retomada das academias e outros estabelecimentos que ainda estão suspensos”.
Marco Aurélio, proprietário do Studio Marco Aurélio, discutiu acerca da situação não ter sido melhor justificada. “Não foi apresentado elementos técnicos suficientes para justificar o fechamento das academias, além do que as informações apresentadas pelo Promotor já estão desatualizadas”, afirma. Outro ponto seria o tratamento diferenciado dado para espaços que provocam aglomeração, mas que estão autorizados a funcionar.
Medida nacional libera funcionamento, mas decisão cabe aos prefeitos
Desde o dia 11 de maio, academias, salões de beleza e barbearias foram incluídas em uma medida nacional como serviços essenciais. Na época, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) justificou dizendo que esses estabelecimentos têm relação com a saúde e a higiene. “A questão da vida tem que ser tratada paralelamente à questão do emprego. Sem economia não tem vida”, disse o chefe do executivo nacional. O presidente acrescentou ainda que esses setores representam cerca de 1 milhão de empregos.
No entanto, o texto da medida não tem caráter impositivo e diz que a liberação ou não desses estabelecimentos cabe aos prefeitos e governadores.
Os empresários donos de academia receberam apoio da diretoria da ACIAM/CDL que vem auxiliando na negociação entre o Ministério Público e a Prefeitura.
Enquanto não sai uma resposta definitiva, os alunos se exercitam em casa e alguns professores vem promovendo aulas on-line para diminuir o impacto na suspensão das atividades.
*Comitê Gestor do Plano de Prevenção e Contingenciamento em Saúde - COVID-19
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