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Coronavírus

Volta às aulas presenciais pode colocar em risco 1 milhão de mineiros

A estimativa foi determinada por um estudo da Fiocruz.

Publicado em 30/07/2020 às 06:45
Atualizado em

(Foto: Pixabay)

O retorno das aulas presenciais nos 853 municípios de Minas Gerais pode representar um perigo à saúde de 1 milhão de mineiros. A constatação é da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), após análise sobre a quantidade de pessoas incluídas no grupo de risco da Covid-19.

Idosos e pessoas com doenças crônicas que moram com crianças e adolescentes em idade escolar, integram a lista do risco de infecção. Presentemente, não há previsão para o retorno do ensino. Instituições privadas e a rede estadual seguem com o aprendizado remoto. Na segunda-feira (27), Minas confirmou 113 mil casos de Covid-19 e 2.461 mortes.

O risco segue minimizado com o isolamento social. A quantidade de pessoas que passaria a se expor ao novo coronavírus, após o aumento na circulação dos alunos, foi calculada pela Fiocruz com base na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013), do IBGE.

De acordo com o levantamento, Minas tem 622.121 idosos que moram com pelo menos um estudante de 3 aos 17 anos. Há ainda outras 403.396 pessoas com diabetes, doença do coração ou pulmão, que também dividem o lar com jovens matriculados em escolas.

CONTÁGIO

No Brasil, o retorno das atividades nas instituições de ensino poderia colocar em risco 9,3 milhões de pessoas, o que representa 4,4% da população. Em um comunicado da Fiocruz, o epidemiologista Diego Xavier, do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict) da fundação, destaca que, além das contaminações, o número de óbitos poderiam subir.

A volta às aulas pode representar uma perigosa brecha nesse isolamento. Nós estimamos, no estudo, que se apenas 10% dessa população de adultos com fatores de risco e idosos que vivem com crianças em idade escolar vierem a precisar de cuidados intensivos, isso representará cerca de 900 mil pessoas na fila das UTIs. Além disso, se aplicarmos a taxa de letalidade brasileira nesse cenário, estaremos falando de algo como 35 mil novos óbitos, somente entre esses grupos de risco”.

POR AQUI

Infectologista e membro do Comitê de Combate à Covid-19 em Belo Horizonte, Carlos Starling reforça que esse não é o momento adequado para mandar os alunos às escolas. "Pode ser que mais para frente não tenha esse impacto. Mas, no momento, estamos com alto índice de incidência de casos. Se as aulas voltassem, teríamos um aumento muito rápido dos casos por causa da circulação do vírus", avaliou.

Carlos Starling / Infectologista e membro do Comitê de Combate à Covid-19 / Belo Horizonte

Transmissão

"Não é porque vamos entrar no segundo semestre que o vírus vai deixar de circular. Ele tem seu ritmo próprio de transmissão. Então, não podemos atropelar a pandemia"

Carlos Starling / Infectologista e membro do Comitê de Combate à Covid-19 / Belo Horizonte

Na segunda-feira (27), a Secretaria Estadual de Educação (SEE) reafirmou que, por enquanto, não há previsão de retorno presencial das aulas. "O Governo está avaliando os meios mais seguros para retomada das atividades presenciais nas instituições de ensino, considerando critérios técnicos e científicos". A Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte (Smed) também disse que, neste momento, não há previsão.


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