O “Quem luta não briga – Inclusão social através do esporte marcial orientado e disciplinado” é uma iniciativa da AMEC (Associação Mineira de Esportes de Contato) que acontece atualmente na Arena Mariana e no CTM (Centro de Treinamento Marciano) às terças e quintas-feiras de 16h às 17:15h e na Escola Estadual Professora Daura de Carvalho em Antônio Pereira às terças e quintas de 14:30h às 16:30h e sábados 8:30h ás 10h. Todos os horários são abertos a todo o público de faixa etária acima de 5 anos, com foco em crianças e adolescentes. As modalidades oferecidas são o Boxe, o Kick Boxing – K1, o Muay Thai e o Brazilian Grappling (Jiu-jitsu sem uso do kimono).
O objetivo do projeto social é oferecer para o seu público-alvo uma válvula de escape, proporcionando um espaço de integração para a comunidade e uma ferramenta de autoconhecimento e incentivo de respeito ao outro, trabalhando através do esporte mais que o físico, mas também o emocional, o cognitivo e o social.
Mestre Marciano, idealizador do “Quem luta não briga” afirma que a arte marcial é mais atrativa a jovens com tendência a indisciplina e declara: “Vamos inverter os valores e os conceitos. Você quer brigar? Vamos para o esporte. E não vai ser briga mais, vai ser luta, vai ser competição. Você não respeita o diferente? O esporte consegue mostrar que sem o diferente, sem o próximo não há como dar um passo adiante. Comecei no esporte aos 8 anos de idade e fui educado dessa forma, é a maneira que eu tenho de contribuir”.
Ao contrário do que muitos pensam, a prática das lutas, assim como os demais esportes, estimula a disciplina e reduz a agressividade, uma vez que seus praticantes têm a oportunidade de canalizar suas emoções e lidar com elas de forma positiva. Madson Vitor é fruto da iniciativa e posteriormente atuou em dois locais como professor voluntário. Em sua experiência pôde contemplar o avanço de outros meninos e completa: “A educação e a disciplina são base para os alunos, pois eles estão se tornando atletas para levar o nome da cidade por onde eles forem”.
Ensinar, muitas vezes, pode ser uma tarefa árdua, mas todo aquele que a isso se dispõe tem como retorno imediato a satisfação de ver o outro crescer e crescer junto. André Soares, o pioneiro entre os alunos do mestre Marciano a se tornar professor no projeto, afirma: “Quem aprendia mais era eu”.
Segundo o professor Bryan Filipe,também voluntário, responsável pelo projeto no distrito de Antônio Pereira, os benefícios já tem sido conhecidos. “O projeto propiciou a mudança de atitude em questões básicas como a retirada da maioria dos alunos das ruas no horário vago, fazendo com que elas ficassem na escola em tempo integral, sem que fosse de uma maneira obrigatória e maçante. Favoreceu também o melhor rendimento em sala de aula, uma vez que é feito uma parceria com os professores e coordenadores da escola, tornando assim, uma via de mão dupla, onde a escola e a modalidade se ajudam mutuamente”, conclui ele.
Para Bryan, a oportunidade que tem tido com as crianças tem ido além do esporte, com a possibilidade de ensinar a eles que existem outras profissões além daquelas que estão acostumados em seu cotidiano, de acompanhar e direcionar cada um deles em suas vocações pessoais e propagar cultura com passeios como no Trem da Vale e na UFOP (Universidade Federal de Minas Gerais). Hoje pode ver que mesmo quando os alunos fazem brincadeiras entre si, já não são regadas de preconceito e sim saudáveis.
A AMEC é uma associação que foi fundada em 2014 a fim de agregar crescimento às práticas marciais esportivas na cidade de Mariana. Desde o início de sua atuação, propõe-se a encorajar cada aluno a melhora de seus relacionamentos interpessoais, tal como seu desempenho escolar e em suas demais responsabilidades perante a sociedade e também contribuir com o condicionamento físico e autoestima de cada um.