Bem-vindo, 2021!
Virada de ano é momento de retrospectivas e prospectivas. Ouvi muito que este ano de 2020 não deixará saudade. Ora, este ano que se finda representou chance incomparável de repensar nosso modo de vida, nossos costumes e nossas formas de convivência! Se hoje posso pensar numa virada de ano preocupada com a segurança daqueles que amo, é graças ao aprendizado de 2020, que me ensinou a abrir mão do prazer imediato, pelo prazer de permanecer viva e ver vivo aquele que amo. Pequenos gestos passaram a ser grandiosos. Assepsia passou a fazer parte dos nossos atos automatizados. Tirar os calçados com que estava nas ruas para entrar em casa, lavar frascos, frutas e legumes antes de guardá-los na geladeira, ser amável, afetuoso sem ser pegajoso... Trabalhar, estudar e manter relações de amizade remotamente passaram a fazer parte de nossa rotina. Reclama deste ano aquele que se recusou a aprender, a se reinventar. Ampliamos o conceito de ecologia: o ser humano fragilizado diante de um vírus, sujeito á extinção como qualquer outro ser vivo e impotente diante da ameaça invisível. Mas heróis, profissionais da saúde, enfrentaram o inimigo e minimizaram sofrimento de milhões, mesmo diante de governos que tentaram transformar a pandemia em palanque político. Minhas homenagens e meus respeitos aos profissionais da saúde! Cientistas correram para criar vacinas, e estas chegaram antes da virada do ano! Mais uma vez os palanque políticos e os poderes econômicos não estão tratando com equidade a distribuição das vacinas. No Brasil, o excesso de burocracia, a politização do conceito de grupo prioritário e a ideologização emperram a aprovação das vacinas, para que as vacinas cheguem à população. 2021 chegará com esperança injetável. 2021 chegará imunizando-se não só do coronavírus, mas também da ignorância. 2021 virá abençoado pela conjunção de Júpiter e saturno em signo de aquário, sinalizando era de reencontros afetuosos. 2021 será perdão e valorização dos gestos simples. Que 2021 seja ecológico até no sentido de preservar a própria espécie humana, ameaçada de extinção pela ignorância. Assim seja, amém!
Andreia Donadon Leal- Mestre em Literatura pela UFV - MARIANA- MG
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