Cerca de 200 atingidos por barragens nas bacias do rio Doce, do rio Paraopeba e do rio Jequitinhonha bloquearam a MG-129, saída para Barão de Cocais, em Mariana (MG), na manhã desta terça-feira (5/11).
Há exatamente quatro anos, o rompimento da barragem de Fundão causou um dos maiores crimes ambientais do país, matou 19 pessoas, varreu do mapa os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, além de afetar gravemente a economia da região.
Os atingidos questionam a volta da operação da mineradora Samarco, uma vez que a população atingida ainda não teve a reparação e seguem sem direitos. “O deles eles olham, mas em quatro anos não deram o que nós merecemos”, afirmou um atingido.
Empunhando cartazes, os atingidos e integrantes do Movimento por Atingidos por Barragens (MAB) também cobraram a reestatização da mineradora Vale, além de justiça para Mariana e para a vereadora Marielle Franco.
A socióloga e política brasileira foi executada no Rio de Janeiro em 2018, aos 38 anos, com dois tiros na cabeça e um no pescoço. As investigações sobre o caso caminham a passos lentos e mais de um ano depois, a justiça parece longe de ser feita.
No último 25 de outubro, o Conselho Estadual de Política Ambiental de Minas Gerais (COPAM), concedeu a última licença necessária para que a Samarco volte a operar em Mariana, mais precisamente no Complexo de Germano. Por meio de nota, a empresa revelou que estima a retomada de suas atividades por volta do final do ano de 2020.