Os registros relativos à criminalidade e violência na Região dos Inconfidentes, se mostraram mais baixos, em geral, no primeiro semestre de 2020 do que o registrado no ano passado.
Dados divulgados pela própria Polícia Militar demonstram uma redução considerável no número de crimes violentos (o índice é cerca de 43% menor do que no primeiro semestre de 2019), furtos e roubos. Além de um aumento nas apreensões de armas de fogo e de prisões em flagrantes.
Contudo, para a população a sensação pode ser um pouco diferente. Viver e testemunhar as pequenas, ou grandes, violências no dia a dia pode deixar uma marca nos moradores.
Roubos, furtos, brigas e desentendimentos, violência doméstica, homicídios.. tudo isso dói num povo, dói no povo. As marcas de luto e pesar não saem, apenas ficam mais brandas com o tempo. Testemunhar crimes violentos pode abalar o psicológico e o emocional, e ser vítima deles é ainda mais nocivo.
Mulheres que são violentadas, agredidas, podem desenvolver depressão severa, síndrome do pânico, transtorno de estresse pós traumático e diversas outras patologias. Pessoas que vêem a violência mudar e moldar o mundo à sua volta passam por uma situação parecida, é um padrão sofrer com a violência.
O medo nos faz esconder o celular em locais estratégicos, nos faz construir muros cada vez mais altos e colocar cercas cada vez mais afiadas sobre eles… somos cada vez menos capazes de enxergar e assimilar a dor do outro como legítima. O medo nos tira a empatia.
Em uma comunidade, o bem estar social depende de todos e de cada um. É uma questão coletiva e, enquanto houverem pessoas sofrendo - de fome, miséria, sem recursos que satisfaçam suas necessidades mais básicas, sem acesso à educação e informação, entre outras formas legítimas de emancipação social - nós falhamos. Falhamos enquanto indivíduos e falhamos como sociedade.
É preciso lutar, em grupo, para defendermos os nossos. Para que as estatísticas - que demonstram, sim, a realidade - possam ser sentidas. Precisamos humanizar os números, para que possamos conhecer o dito “bem viver”, afinal não há união que se faça sem que cada um possa ceder, ao menos um pouco, e não há sentido sem sentir.
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[Este texto foi produzido pela jornalista Júlia Souza, não sendo de redação do Portal da Cidade e, deste modo, pode não representar as opiniões da empresa.]