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Desastre de Mariana

Autoridade da ONU considera vagarosas as reparações pelo desastre de Mariana

Com projetos fora do cronograma e moradores lutando por justiça, especialista da ONU vê como atrasadas as reparações de danos.

Publicado em 17/09/2020 às 05:25
Atualizado em

(Foto: Portal da Cidade de Mariana)

A população de Mariana vivencia, já há cinco, o drama de lutar pela reparação de danos pelo rompimento da barragem de Fundão que atingiu, primordialmente, o distrito de Bento Rodrigues. Contudo, a tragédia afetou a vida de toda a cidade, que vê os seus moradores na luta por justiça desde então.

Recentemente, a matriz de danos dos atingidos foi protocolada no fórum da cidade. Seu objetivo é estabelecer valores corretos para as indenizações, em se tratando dos danos decorrentes do rompimento da barragem de rejeitos da mineração da Samarco (Vale e BHP).

Presentemente, nenhum dos 42 projetos para reparação dos danos causados pelo rompimento em 2015, se encontra dentro do cronograma. É o que indicou o relatório de um especialista da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado pouco antes de a mineradora BHP saber se será processada na Inglaterra em função do desastre.

O relator especial da ONU Baskut Tuncak - um especialista independente responsável por investigar de que maneira os direitos humanos são afetados por substâncias perigosas - pontuou que as mineradoras não conseguiram oferecer reparações eficazes, visto que o pior desastre ambiental da história do Brasil prejudicou as vidas de mais de 3 milhões de pessoas.

A BHP afirmou que a Fundação Renova já gastou cerca de 1,7 bilhão de dólares em projetos que envolvem auxílios financeiros a indígenas Krenak, a reconstrução de comunidades e o estabelecimento de novos sistemas de abastecimento de água.

Mas Tuncak disse que o "verdadeiro propósito" da Renova parece ser "limitar as responsabilidades da BHP e da Vale", e pediu que a estrutura de governança da Fundação passe por reestruturações.

A Renova pontuou que vem trabalhando para compensar as vítimas com projetos como programas de reassentamento, monitoramento da qualidade da água e ajuda financeira.

Em julho, mais de 200 mil pessoas e grupos brasileiros iniciaram um processo de 5 bilhões de libras contra a BHP no Reino Unido, por causa do desastre, alegando que as compensações têm sido lentas e inadequadas.

A BHP classificou o processo na Inglaterra como sem sentido e perda de tempo, alegando que o caso duplica procedimentos já em tramitação no Brasil e que as vítimas já têm recebido reparações. Um juiz britânico deve decidir neste mês sobre a possibilidade de o processo ir adiante. 


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