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Série Especial

Saneamento básico e a falta d'água são problemas frequentes em Mariana

Editorial do Portal da Cidade Mariana aborda os principais desafios para o próximo prefeito em relação à água e ao saneamento básico.

Publicado em 13/11/2020 às 05:30
Atualizado em

Estação de tratamento de água do SAAE de Mariana. (Foto: SAAE Mariana)

Segundo a síntese de indicadores sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), edição de 2019, relatado pela Agência Brasil, 37 de cada 100 brasileiros residem em domicílio onde falta ao menos um dos serviços de saneamento básico: coleta de lixo, abastecimento de água potável por rede de abastecimento ou esgotamento sanitário por rede coletora.

Em Mariana, a situação não é diferente. São frequentes as queixas dos moradores de diversos bairros e distritos do descaso da Prefeitura Municipal em relação à falta d’água e ao saneamento básico. A falta d’água inclusive já foi registrada pelo Portal da Cidade Mariana em várias ocasiões.

Em tempos de seca, temos problema de abastecimento, visto que vários pontos da cidade sofrem com a falta de água nos reservatórios e a incapacidade de abastecer a caixa d’água de algumas casas, principalmente, as situadas nos pontos mais altos da cidade. Dessa forma, a técnica de abastecimento das residências por gravidade, quando não temos água suficiente nos reservatórios, acaba por privilegiar algumas residências em detrimento de outras.

Por incrível que possa parecer, o nosso problema de abastecimento de água não acontece apenas no período de seca. Quando temos água em excesso identificamos total ou parcial falta de tratamento da água que nos é fornecida. Normalmente, a água que aparece para a dona de casa e para os moradores, especialmente, dos distritos é suja e com um aspecto barrento. Ou seja, não existe tratamento de água suficiente na cidade que seja capaz de reter a sujeira que acompanha o abastecimento até os domicílios.



Morador de Cachoeira do Brumado mostra a cor da água que chega em sua casa. Foto: reprodução das redes sociais


Outro problema é o tratamento do esgoto residencial que, assim como a falta de água tratada, afeta diretamente na saúde das pessoas, uma vez que a ausência total de tratamento de esgoto residencial, por diversas vezes, causa a contaminação dos mananciais de captação da água que é utilizada em nosso dia a dia. Assim, doenças causadas decorrente ao consumo de água contaminada como a Disenteria Amebiana e a Cólera são registradas e acusam diretamente as crianças que são expostas.

Conforme dados do Censo Demográfico de 2010, realizado pelo IBGE, somente 78% dos moradores de Mariana contam com esgotamento sanitário adequado. Além disso, segundo o levantamento feito em 2016, o índice de internações devido à diarreias são de 0.8 para cada 1.000 habitantes.


Porque o abastecimento de água e o tratamento de esgoto são considerados os maiores desafios?

É importante ressaltar que 54% dos leitores do Portal da Cidade Mariana, votaram, em enquete realizada pelo portal, que o abastecimento de água e o tratamento de esgoto são como sendo esse o “maior problema de Mariana”. Ainda, durante a campanha eleitoral foram apresentados diversos caminhos e soluções para o problema pelos candidatos.

A verdade é que a solução desse desafio é um remédio bastante amargo. Passa pela educação dos usuários para que possam fazer o uso consciente da água, além do controle do consumo e pelo pagamento do custo operacional. Aquela história de “Mariana tem muita água... não precisa cobrar!” ou “é um absurdo faltar água em Mariana com tanta cachoeira” já não faz parte mais da realidade do município.

O custo não é pela água, mas pelo processo de tratamento e distribuição. Outro fator importante é que quantidade não representa qualidade, muito menos que o uso está sendo adequado.

Usar água potável para abastecer poços de peixes, piscina, lavar carro, passeio, etc… enquanto o seu vizinho está sem água! Sabemos que é duro falar desse jeito e dessa forma, mas precisamos entender o nosso papel nesse processo. Afinal, a responsabilidade pelo uso da água é de todos nós e não podemos transferir toda a responsabilidade para os gestores.

Reconhecer que muitas vezes falhamos como usuários, especialmente, em relação ao desperdício d’água não quer dizer que estamos isentando culpa dos gestores municipais. Afinal, a falta de investimento ou o investimento feito de forma errada é um crime que acontece repetidas vezes em Mariana e chega às nossas casas como água suja e contaminada.


Este texto é um editorial e expressa a opinião do Portal da Cidade Mariana sobre as questões relatadas.


Referências

AGÊNCIA BRASIL. Lei exige medidas rápidas dos novos prefeitos para o saneamento básico. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/eleicoes-2020/noticia/2020-11/lei-exige-medidas-rapidas-dos-novos-prefeitos-para-o-saneamento-basico Acesso em: 13. nov. 2020 

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Mariana. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/mariana/panorama  Acesso em: 11. nov. 2020


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