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Entrevista

Pix: saiba o que é e como funciona a nova forma de pagamento e transferência

O Portal da Cidade Mariana conversou com o consultor financeiro Welington Oliveira sobre o Pix e explica as principais dúvidas sobre o assunto.

Publicado em 31/10/2020 às 22:00
Atualizado em

Nova forma de pagamento e transferência estará disponível a partir do dia 16 de novembro. (Foto: Reprodução do Banco Central do Brasil)

Nas últimas semanas, provavelmente, você tenha ouvido falar sobre o Pix, o novo sistema instantâneo de pagamento e transferência. Criado pelo Banco Central do Brasil, o Pix permitirá transferir recursos entre contas em poucos segundos, a qualquer dia ou horário.

De acordo com o Banco Central, o Pix foi criado para ser um meio de pagamento bastante amplo. Além disso, ao utilizar a chave Pix, que pode ser cadastrada desde o dia 05 de outubro, não será mais necessário saber onde a pessoa tem conta para realizar uma transação.

Ainda segundo o Banco Central, o Pix tem o potencial de “alavancar a competitividade e a eficiência do mercado; baixar o custo, aumentar a segurança e aprimorar a experiência dos clientes; promover a inclusão financeira”, entre outras coisas. O Pix estará disponível para uso a partir do dia 16 de novembro em todos os bancos, fintechs, plataformas de pagamentos e contas digitais.

Para entender melhor como funciona o Pix e esclarecer as principais dúvidas sobre o assunto, o Portal da Cidade Mariana conversou com o professor e consultor financeiro Welington Oliveira sobre a nova modalidade de pagamento, como funciona e os seus principais benefícios.


Portal da Cidade Mariana: O que é o Pix?

Welington Oliveira: O Pix é a nova modalidade de pagamentos e transferências criada pelo Banco Central do Brasil, que funcionará 24h por dia, sete dias por semana. Com o Pix, através do aplicativo do banco, será possível comprar, pagar contas, transferir e receber dinheiro de forma instantânea, ainda que entre instituições bancárias diferentes, sem que haja custos para pessoas físicas. Vale destacar que esse modelo de transações em tempo real já existe em algumas regiões do mundo como na Índia e no Reino Unido.


PCM: Preciso ter conta em agência bancária para utilizar o Pix?

WO: Sim, para enviar ou receber dinheiro, fazer compras ou pagar contas será necessário ter conta em alguma agência bancária.


PCM: Como funciona a chave Pix?

WO: Ao se cadastrar no aplicativo de seu banco, será possível criar uma ou mais chaves Pix. Com o cadastro das chaves, as transações serão mais ágeis, pois não dependerão do preenchimento das diversas informações que são exigidas atualmente. A chave poderá ser o CPF, o e-mail, telefone ou, até mesmo, um código único aleatório. Depois de se cadastrar, é só passar essa chave para quem for te pagar. Se você for enviar dinheiro, basta ter a chave da pessoa ou da empresa.


PCM: É possível ter mais de uma chave Pix em um mesmo banco?

WO: Sim. Você poderá vincular diferentes informações para facilitar as operações, como seu telefone, e-mail ou CPF.


PCM: É possível realizar um pagamento por Pix sem ter uma chave cadastrada?

WO: Sim. Embora o Banco Central recomende o cadastramento das chaves, será possível fazer transações sem o uso delas.


Welington Oliveira, consultor financeiro

Benefícios

Os principais benefícios serão a agilidade e a economia. Atualmente, a maioria dos bancos cobram quando o cliente faz alguma transferência.

Welington Oliveira, consultor financeiro

 


PCM: Quais são os principais benefícios do Pix?

WO: Os principais benefícios serão a agilidade e a economia. Atualmente, a maioria dos bancos cobram quando o cliente faz alguma transferência. Outro problema é a demora nas operações, já que na maioria dos casos não é possível pagar contas, receber ou transferir dinheiro nos feriados e nos finais de semana. Com o Pix as operações serão instantâneas. Os pagamentos e compras também serão mais ágeis e poderão ser feitos através de QR Code, que é um tipo de código de barras mais dinâmico.


PCM: Qual é a diferença do Pix para a Transferência Eletrônica Disponível (TED) e o Documento de Ordem de Crédito (DOC)?

WO: Com o Pix você poderá enviar dinheiro ou fazer pagamentos em segundos, até mesmo para outros bancos, nos feriados e finais de semana, de forma ilimitada e sem nenhum custo, desde que tenha saldo na conta.


PCM: Terá limite de transferência como ocorre na TED e no DOC?

WO: Sim. Os bancos poderão limitar sua movimentação financeira de acordo com seu perfil de cliente.


PCM: Ao realizar um pagamento com o Pix também preciso pagar alguma taxa?

WO: Não. O Pix será totalmente gratuito para pessoas físicas e para microempreendedores individuais (MEIs).


PCM: É possível parcelar um pagamento com o Pix?

WO: Não. O Pix não dará a opção de parcelamento. Você precisará ter dinheiro em conta para comprar algo, pagar boletos ou transferir. É importante ficar atento, pois alguns bancos irão permitir a utilização do cheque especial através do Pix. Vale lembrar que ao utilizar o cheque especial o cliente poderá pagar juros.


PCM: Qual é o nível de segurança do Pix?

WO: De acordo com o Banco Central, o Pix terá a mesma segurança das operações bancárias atuais.


PCM: O Pix é um aplicativo?

WO: O Pix não é um aplicativo, mas um meio de pagamento que estará vinculado à sua conta bancária.


PCM: O que muda para o comerciante?

WO: Apesar de ser gratuito para pessoas físicas, as empresas serão cobradas ao oferecer esta opção, porém, os custos deverão ser menores que as praticadas atualmente, já que não terá intermediários, como as fornecedoras de maquininha de cartão. Na prática, para facilitar o pagamento os comerciantes poderão, por exemplo, gerar um QR Code e deixá-lo exposto no balcão de seu estabelecimento.


PCM: Será o fim dos boletos, das maquininhas e dos cartões de crédito?

WO: Não. O Banco Central assegura que o Pix foi criado para auxiliar e não para substituir as formas atuais de pagamento. Vale lembrar que somente será possível utilizar o Pix se houver dinheiro disponível na conta, ou seja, o pagamento só poderá ser feito à vista, não afetando em praticamente nada nas vendas à crédito.

O Pix entrará em funcionamento no Brasil no dia 16 de novembro de 2020 e o cadastramento das chaves já está disponível em todos os bancos.


Conheça Welington Oliveira

Welington Thiago Oliveira é professor e consultor financeiro e atua na área desde 2010. Atende pessoas físicas e pequenas empresas nas áreas de planejamento e investimentos desde 2015. Além disso, é colunista no Portal da Cidade Mariana e possui pós graduação nas áreas de gestão. Atualmente, é mestrando no Departamento de Educação da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).


* Texto informado pelo entrevistado.


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