Ouro Preto investiga primeira morte suspeita por dengue

Com 491 casos confirmados de dengue, conforme o último boletim da secretaria municipal de saúde, a cidade de Ouro Preto, região Central de Minas, divulgou, nessa sexta-feira (23), que investiga um óbito que pode ter sido causado por dengue.

A morte foi registrada nesta quinta-feira (22) e, se confirmada, pode ser o primeiro óbito pela doença em 2024 no município.

As ações de combate ao mosquito foram intensificadas no município com a realização de mutirões de limpeza, aplicação do Ultra Baixo Volume, aplicação de larvicidas, vistorias e instalações de armadilhas de monitoramento do mosquito.

Região

Também nesta semana, a Prefeitura de Conselheiro Lafaiete decretou situação de emergência em saúde pública devido à disparada do número de casos de dengue no município. Com mais de 3 mil casos registrados, além de um óbito confirmado na última quinta-feira, Lafaiete aderiu ao Movimento Minas Unida Contra a Dengue.

Pelo menos 90 cidades mineiras já decretaram situação de emergência. A medida permite a contratação de serviços de assistência à população de forma mais rápida. Até o momento, 99.035 casos de dengue foram confirmados. Outros 286.002 estão em investigação.

Dia D

No último sábado (24), a cidade de Ouro Preto realizou ações de mutirão de limpeza para eliminar os focos de Aedes aegypti nos bairros onde a incidência de casos de dengue é maior. Também foram realizadas ações de orientação e conscientização da população sobre a eliminação dos focos do mosquito que transmite dengue, chikungunya e zika.

(Imagem: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

Crianças e adolescentes representam 1 a cada 4 mineiros com dengue

Desses, a maioria tem 10 anos ou mais, faixa etária que engloba os primeiros grupos a serem imunizados.

Alvo prioritário da vacinação contra a dengue, crianças e adolescentes representam praticamente um a cada quatro casos confirmados da doença em Minas. Dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES) mostram que 22.950 mineiros com até 19 anos foram infectados pelo Aedes aegypti este ano, ou 23,17% do total de contaminados. Desses, a maioria tem 10 anos ou mais, faixa etária que engloba os primeiros grupos a serem imunizados. No sábado, pelo menos um município – Sabará, na Grande BH – deu início à aplicação das doses de Qdenga em meninos e meninas de 10 e 11 anos.

O Estado recebeu na semana passada o primeiro lote com a vacina contra dengue, com 78.790 doses. Devido à capacidade limitada de produção pelo fabricante, apenas crianças e adolescentes, de 10 a 14 anos, serão protegidos por enquanto, sendo os de 10 e 11 atendidos de imediato e os de 12 a 14 até dezembro.

Segundo o infectologista Carlos Starling, menores de idade estão sendo priorizados na vacinação pelo SUS após estudos do Ministério da Saúde sobre o avanço da doença, no ano anterior, mostrarem que essa era a faixa etária mais acometida, com maior risco. 

Panorama

Segundo o levantamento da SES, até a última sexta-feira (23) 99.035 mineiros receberam o diagnóstico de dengue. Do total, 13.776 tinham de 10 a 19 anos; 8.175 estavam entre 1 e 9 anos; e 999 eram bebês com menos de 1.

Das 32 mortes causadas pelo Aedes agypti em território mineiro, três foram de crianças. Dois óbitos foram no grupo de 1 a 9 anos e um no de 10 a 19.

Para definir como seria a distribuição das vacinas, a SES seguiu parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS) e chegou a 22 cidades a serem contempladas neste momento.

As regiões selecionadas atendem a três critérios: têm pelo menos um município de grande porte, ou seja, com mais de 100 mil habitantes, com alta transmissão de dengue registrada em 2023 e 2024, e com maior predominância do sorotipo DENV-2.

Belo Horizonte é a cidade a receber o maior lote na primeira fase da campanha: 49 mil doses. A imunização deve começar nesta semana, segundo o secretário municipal de Saúde, Danilo Borges. No entanto, o dia exato não foi informado.

Nesta terça (27), a previsão é a de que comece a aplicação em Ribeirão das Neves, na região metropolitana.